Apesar da queda, os futuros do arábica no terminal se mantém próximos de US$ 1,60 por libra-peso.
As cotações futuras do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com queda próxima de 100 pontos nesta tarde em ajustes técnicos ante as recentes valorizações registradas devido às incertezas climáticas no cinturão produtivo em plena florada, o que poderia impactar a próxima safra do país. O mercado completou ontem (18) a quinta sessão consecutiva de valorização repercutindo essas incertezas, o câmbio também contribuía para os ganhos no terminal externo.
Apesar da queda, os futuros do arábica no terminal se mantém próximos de US$ 1,60 por libra-peso. Pelo horário de Brasília, às 12h25, o vencimento dezembro/16 registrava 157,55 cents/lb com 120 pontos de queda, o março/17 anotava 161,00 cents/lb com recuo de 120 pontos. Já o contrato maio/17 estava sendo negociado a 163,10 cents/lb com 110 pontos negativos e o julho/17, mais distante, recuava 100 pontos, cotado a 165,10 cents/lb.
Segundo reportam agências internacionais, as cotações do arábica estão no vermelho nesta quarta-feira em meio à ajustes técnicos ante as recentes altas. No entanto, os operadores no terminal externo seguem bastante atentos ao clima no cinturão produtivo do Brasil, que é o maior produtor e exportador da commodity no mundo. “Preocupações recentes sobre chuvas irregulares, que atrapalham o período de floração no Brasil, elevaram os preços arábica nas últimas cinco sessões”, informa a agência de notícias Reuters.
Durante o 42º Congresso Brasileiro de Pesquisas Cafeeiras, em Serra Negra (SP), o presidente da Fundação Procafé, José Edgard Pinto Paiva revelou as projeções baixistas da entidade para a próxima safra do país. “Na média, teríamos no próximo ano uma produção de 39 milhões de sacas entre arábica e robusta, isso representa uma queda de 20% em relação a 2016. Esses números não são finais, porque ainda são necessários levantamentos de campo, mas refletem a realidade do mercado”, explica.
Para Paiva, essa queda expressiva na produção do grão brasileiro está relacionada às questões climáticas – que afetaram as plantações do país neste ano –, a bienalidade baixa e a idade das plantações do país. “Nosso parque cafeeiro precisa ser renovado”, ressalta o presidente da Fundação Procafé.
Informações de agências internacionais apontam que o clima ainda deve ser complicado nos próximos dias para os cafeicultores brasileiros. “Chuvas no fim de semana trouxeram pequena melhora na umidade no solo de áreas de café do Sul e chuvas moderadas para os próximos dias não devem melhorar significativamente as condições das lavouras brasileiras”, disseram meteorologistas da MDA Information Services à Reuters. “O clima seco retorna em áreas do Norte do país durante os próximos 10 dias e a umidade do solo a diminuirá novamente, prejudicando a floração do café”.
Enquanto isso, no Brasil, os preços internos do café até avançam acompanhando as altas externos. Porém, os cafeicultores cientes da lógica mercadológica esperam por melhores patamares à frente e continuam realizando vendas isoladas nas praças de comercialização do país. Na terça-feira (17), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 515,16 com valorização de 0,92%.
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas