Costa do Marfim – Gbagbo procura controlar exportação de cacau e café

Produtores de cacau da Costa do Marfim atribuem os prejuízos que estão a sofrer às sanções aplicadas pela União Europeia

O Governo nomeado pelo Presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo, anunciou que se reserva o direito exclusivo da compra e exportação de cacau e café, dois principais produtos do país, cuja venda no exterior Alassane Ouattara tenta controlar.

Com o decreto do Presidente Gbagbo, divulgado ontem em Abidjan, a Costa do Marfim volta ao regime anterior a 2000, quando o Estado tinha um fundo de estabilização dos preços dos produtos agrícolas que lhe permitiu controlar todo o processo de comercialização do café e do cacau.

A ordem é uma resposta à intenção de Ouattara, considerado por  alguns países presidente eleito, de proibir as exportações de café e cacau, para asfixiar financeiramente as forças armadas nacionais, comandadas por Gbagbo, que sofre de um embargo comercial do Ocidente sobre esses produtos.

O Governo chefiado por Laurent Gbagbo, na Presidência desde 2000, espera recuperar o controlo neste sector vital da economia da Costa do Marfim, que representa 40 por cento das receitas do país e 20 por cento do Produto Interno Bruto (PIB). A Costa do Marfim é o maior produtor de cacau do mundo e o bloqueio às exportações decretado por Alassane Ouattara provocou um aumento dos preços nos mercados internacionais.

Sobre a violência no país, o Governo informou que três pessoas morreram na madrugada de segunda-feira num ataque de rebeldes contra uma área favorável ao presidente Laurent Gbagbo.

De acordo com o ministério do Interior, o vilarejo de Anokua Kuteh, situado no município de Abobo, foi atacado por rebeldes. “O ataque criminoso, infelizmente, provocou três mortes e deixou 30 feridos, muitos desabrigados, incluindo 700 pessoas que estão sob protecção da Igreja Católica”, afirma o comunicado oficial.

Desde Fevereiro, a violência aumentou na região de Abobo, com confrontos entre as forças oficiais de Laurent Gbagbo e militantes aliados a Alassane Ouattara.

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