Mais de 150 cafeicultores dos 23 municípios
integrantes da região norte estiveram presentes nesta quinta-feira (3) à tarde,
no Centro Cultural de Cornélio Procópio, no lançamento das etapas regionais do
Concurso Café Qualidade Paraná 2007 e do Plano de Apoio para Sustentabilidade da
Cafeicultura nas Propriedades Familiares do Paraná. Evento é promovido pelo
Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, com
seus institutos vinculados Emater e Iapar, além da Associação dos Municípios do
Norte Pioneiro (Amunop), Mapa/Decaf e Embrapa/Café e dos parceiros da cadeia
produtiva do café.
Na oportunidade, eles tiveram acesso ao sistema
laboratorial adaptado EDABO, para aferição de umidade do café que pode ser
montado e utilizado na própria propriedade, desenvolvido pela Universidade
Federal de Viçosa (MG). Os participantes visitaram ainda, como parte da
programação, a unidade didática do café na fazendinha Espaço Rural, no Parque de
Exposições Arthur Hofiing para avaliarem os controles de pragas e as cargas de
frutos das diversas variedades cultivadas.
Em seu pronunciamento o
prefeito Amim José Hannouche se declarou esperançoso pela atual safra de café,
que está sendo colhido nesta época de bom clima e solicitou as empresas
compradoras que paguem o preço condizente ao cafeicultor pelo diferencial de
qualidade em relação ao valor do café commoditie. Ele conclamou os cafeicultores
de Cornélio Procópio e região para os exemplos dos produtores Valtamir Mezzomo,
de Salto do Itararé, campeão brasileiro da categoria café natural no Leilão
Nacional da ABIC 2006, e Fábio Scatolin, de Ribeirão Claro, 3º classificado na
categoria café cereja descascado. “Façam café de qualidade, participem
ativamente das etapas regional, estadual e nacional, tragam os prêmios e
projetem o café paranaense no país e no exterior”.
Ao lançar a etapa
regional do Concurso Café Qualidade Paraná 2007, o agrônomo Manuel Pessoa de
Lira, gerente regional da Emater de Cornélio Procópio, lembrou que na edição
passada participaram 220 cafeicultores. “Esperamos que, nesta safra, a
representatividade seja maior e melhor. Nossa atual realidade cafeeira abrange
os 23 municípios, com 2,1 mil cafeicultores cultivando 13,4 mil hectares de
café, numa produtividade média de 18 sacas beneficiadas por hectare, sendo que
da área total cerca de 65% são no sistema tecnológico adensado, conferindo
significativo padrão de qualidade na produção da região”, informou.
Paulo
Zago, gerente regional do Banco do Brasil de Cornélio Procópio, comentou sobre
os recursos disponíveis aos agricultores familiares para investimentos de
máquinas, equipamentos, na lavoura e até na comercialização da safra, com
seguros contra riscos na lavoura e na comercialização. “O atendimento pleno do
Pronaf previsto no Plano Café vem contribuir na solução dos problemas da
cafeicultura da região”.
O agrônomo Cilésio Abel Demoner disse que a
novidade do Plano Café é a capacitação na cultura, tanto dos técnicos como dos
produtores rurais interessados em produzir café mediante padrão tecnológico.
“São 20 técnicos da região que estão em treinamento ministrado pelo Iapar até 20
de junho, e na seqüência serão treinados os cafeicultores que mediante o
certificado de conclusão do curso estarão habilitados em receber os recursos do
Pronaf, proveniente dos projetos realizados por técnicos também certificados.
Nossa expectativa é do café como alternativa agrícola na diversificação da
propriedade familiar, atingindo em 2010 uma área de 20 mil hectares”, garante
Demoner.
Café com qualidade – Atento aos pronunciamentos o cafeicultor
João Ademir Lara, 46 anos, do Sítio São João, de 24,2 hectares, localizado no
Bairro Taquaral, em Cornélio Procópio, disse que já sentiu o sabor da conquista
ao produzir café com qualidade. Foi vencedor regional no concurso de 2006 na
categoria café cereja descascado e 10º na etapa estadual. “A gente colhe em
média 500 sacas beneficiadas e despolpadas por ano. A gente espera que, para
esta safra, com café bonito e pouco verde, a chance de colher no capricho para
vencer o concurso”.
Valdemir Jesus Passos, degustador oficial e
extensionista da Emater, mostrou aos participantes a solução adaptada para
acabar com as repetidas idas dos cafeicultores aos centros de comercialização
com amostras de café para verificação do teor de umidade, o calibrador EDABO.
Sigla do sistema de Evaporação Direta da Água em Banho de Óleo, consiste em um
método com componentes que custam em média R$ 1,5 mil, onde determinado volume
de grãos de café são fervidos e a variação do peso em temperatura controlada
indica a umidade da amostra.