Cooxupé preocupada com aperto no crédito para financiamento das vendas externas

Por: AgnoCafe - Café da Terra

A decisão do governo de planejar medidas de estímulo às exportações de manufaturados concentradas na redução do custo do crédito deve ter alcance restrito às grandes empresas. Enquanto para essas a piora nas economias centrais começa a provocar maior dificuldade de acesso ao crédito, pequenas e médias empresas pedem medidas mais profundas para trazer competitividade à produção nacional e classificam como “paliativas” as intenções de Brasília.


Em Minas Gerais, o risco de um aperto no crédito para o financiamento das vendas externas tem sido tema frequente das reuniões dos diretores da cooperativa Cooxupé, uma das maiores entregadoras de café do Brasil. “Há mais de 60 dias estamos com essa preocupação em relação a uma possível redução do crédito”, diz Lúcio Dias, superintendente industrial da cooperativa.


No ano passado, a Cooxupé exportou diretamente 2,43 milhões de sacas de café, vendeu para outros exportadores outros 1,9 milhão, e 730 mil para o mercado doméstico. Como todos os contratos são de longo prazo, a Cooxupé precisa antecipar recursos para pagar os produtores de café de quem compra as sacas e só recebe dos seus clientes meses depois.


Para antecipar os recursos, a empresa recorre ao Funcafé (fundo com um total de R$ 5 bilhões e juros de 6,75% ao ano), adiantamento de contrato de câmbio (ACC) e pré-pagamento de contratos de exportação (venda de títulos vinculados à exportação feita por bancos brasileiros e estrangeiros).


É uma eventual contaminação dessa última fonte de crédito que mais preocupa os executivos da cooperativa. “Por enquanto, o crédito está fluindo normalmente”, diz. “Mas se a crise se agrava e complica a vida de um banco forte lá fora, isso poderá nos afetar.”

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