O economista José Roberto Mendonça de Barros admite que a agropecuária Para Mendonça de Barros, o grande fator de otimismo para o sucesso do café no “Trata-se de um fenômeno”, disse Mendonça de Barros, ao analisar o Pelas previsões de Mendonça de Barros, semelhantes às do Ministério da Na época em que foi secretário de Política Econômica do Ministério da Uma ressalva do otimismo de Mendonça de Barros está ligada ao fato de o
brasileira enfrenta graves problemas, como também tem reconhecido o atual
ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, mas vê com esperança o futuro da
cafeicultura no País. “A safra deste ano será melhor que a do ano passado,
apesar da quebra provocada pela irregularidade das chuvas na Região Sudeste, e
os preços internacionais continuam favoráveis, o que pode compensar, em parte,
as perdas provocadas pelas exportações nesta época de dólar baixo e de juros
altos”, disse Mendonça de Barros, nesta quinta-feira (30/março), em Guaxupé
(MG), ao fazer uma palestra para mais de 350 produtores de café. Ele falou pouco
antes da assembléia geral da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé
(Cooxupé), a maior cooperativa de cafeicultores do mundo, que reúne 10.683
associados.
agronegócio é a tendência de crescimento mundial do consumo, além da garra do
homem do campo. “Nossos agricultores enfrentam problemas da oscilação do clima e
de decisões governamentais, mas seguem firmes na luta para produzir mais. Isso
ajuda a garantir números favoráveis à balança comercial brasileira”, analisa.
“Mesmo assim, é preciso pensar no planejamento, tendo uma boa gestão de risco.
Está provado que, a cada dia, o café conquista mais jovens, em vários países.”
crescimento do mercado mundial do café: “Uma recente pesquisa da Associação
Nacional de Café dos Estados Unidos mostrou que, pela primeira vez na história
daquele país, o consumo de café foi maior que a soma da Coca Cola com a Pepsi
Cola. Além disso, países do Leste Europeu, que melhoraram o poder aquisitivo da
população após a queda do comunismo, ampliaram o consumo do café. No Oriente, o
Japão aumenta constantemente a adesão do café e a China, enorme mercado, tem
tudo para seguir esse caminho. E a rede Starbucks avança pelos continentes,
fazendo com que o café fique na moda entre os jovens.”
Agricultura, o Brasil sairá ganhando bastante ao explorar a tendência de aumento
do consumo de café em comparação com a produção. Em Guaxupé, o economista
mostrou um gráfico que aponta: a safra mundial de 2007/2008 poderá ficar em
117,9 milhões de sacas, inferior à perspectiva de consumo de 124,2 milhões de
sacas. Será necessário avançar em estoques e também ampliar a produção, algo que
o Brasil tem condições de fazer.
Fazenda, de 1995 a 1998, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o
professor da USP José Roberto Mendonça de Barros, hoje consultor da MB
Associados, intensificou seu interesse pela cafeicultura. O conhecimento sobre
lavouras de café surgiu nos tempos de garoto, quando seu pai, Leovegildo
Mendonça de Barros, mineiro de Pouso Alegre, era cafeicultor em Maringá, no
Norte do Paraná. “Na verdade, o café mudou muito. Hoje, o Brasil pensa não
apenas em quantidade, mas também em qualidade, e vai conseguindo sucesso”,
analisa.
Brasil ter uma alta carga tributária, que já passa de 37% do PIB e viver sob o
impacto do dólar baixo e dos juros altos. “A médio prazo, só vejo um modo de o
governo corrigir o erro de ter aumentado tanto os juros nos últimos anos. É
continuar reduzindo a taxa de juros de modo mais acentuado até o fim do ano.
Deste modo, será possível segurar novas quedas do dólar e, assim, melhorar o
rendimento de quem exporta. Os produtores de café sairão ganhando se o dólar
reagir de fato e não somente por causa de troca do ministro da Fazenda.”