“Super safra (de café) não existe” , afirma Carlos Augusto Rodrigues de Melo – presidente da Cooxupé. Ele acredita em volumes muito parecidos com os produzidos em 2018, próximos de 60 milhões de sacas
12/02/2020 O Notícias Agrícolas participa a partir desta quarta-feira (12) da Femagri, a principal feira de negócios da cafeicultura do Brasil, realizada em Guaxupé, sul de Minas Gerais. Desde o início de 2020 produtores vem enfrentando preços abaixo do que era esperado pelo setor e Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da Cooxupé, destaca que o momento não é o cenário ideal para o produtor. Para suprir todas as necessidades do produtor, é preciso que o preço do café fique entre R$ 500 e 600, mas os valores praticados pelo mercado nos dois primeiros meses do ano não chegaram nem a R$ 500,00.
Segundo o presidente,nos próximos dias a Cooxupé deve divulgar as estimativas de produtividade da safra 20/21, mas já destaca que os levantamentos não apontam para uma super safra ou safra recorde, como vem sendo falado nas últimas estimativas, o que também acaba impactando diretamente nos preços na Bolsa de Nova York (ICE Future US). Carlos afirma ainda que a safra será de ciclo alto, mas não será maior que 2018, por exemplo.
“Diante de uma safra pequena de 50 milhões com uma safra de 60 milhões, não supre as necessidades do Brasil”, afirma. Atualmente o Brasil exporta mais de 40 milhões de sacas e exporta mais de 20 milhões, indicando que não haverá sobra de café no mercado. Afirma que os estoques atuais é o menos nos últimos 10 dez anos.
Destaca ainda que as altas entre os meses de novembro e dezembro de 2019 foram importantes para que bons negócios fossem fechados no período. De acordo com o presidente, atualmente a Cooxupé tem cerca de 2 milhões de sacas já vendidas com preços acima de R$ 500, o que acaba gerando uma segurança maior para o cooperado.
“O Brasil precisa colher 60 milhões, hoje não existe estoque governamental, nosso estoques estão zerados”, comenta e afirma que quando o mercado perceber que a safra poderá não ser tão alta como vem sendo estimada, os preços podem voltar a subir em Nova York, gerando também um maior número de negócios no mercado físico brasileiro.
Por: Aleksander Horta e Virgínia Alves
Fonte: Notícias Agrícolas