25/08/2015
Lançamento da parceria e da linha AQIA Coffee, que disponibiliza componentes do óleo e torta de café verde para as indústrias cosmética e nutricional
A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé está apostando na diversificação dos negócios, principalmente no mercado da beleza, trazendo um novo viés para o café arábica produzido nas regiões sul e cerrado mineiros e no Vale do Rio Pardo (SP). Nesta terça-feira (25), a cooperativa anunciou em São Paulo a joint venture com a empresa AQIA Química Industrial, uma parceria que resultou na criação da linha AQIA Coffee, contendo componentes derivados do óleo e torta de café verde para a composição de novos produtos nas indústrias cosmética e, também, nutricional.
Na antemão da crise, o mercado de beleza avança crescendo no Brasil. De acordo com a ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), nos últimos 18 anos o setor cresceu 9,2% ao ano contra 2,8% aa. do PIB Total e 1,9% ea da Indústria Geral.
Já a consultoria Euromonitor afirma que a participação dos homens brasileiros no segmento de beleza aponta nos próximos cinco anos um consumo de R$ 110 bilhões em compras de produtos, projetando crescimento médio no país de 7,1% ao ano até 2019, número que superaria os Estados Unidos, também líder neste segmento masculino.
A linha AQIA Coffee contém sete tipos de componentes, em embalagens de 5, 25 e 200 quilos: Green Coffee Oil (líquido viscoso), Coffee Oil (líquido), Coffee Butter (manteiga semi-sólida e sólida), Slim Coffee (pó uniforme), Cherry Coffee Oil (líquido viscoso), Cherry Coffee MCT (líquido) e o Nutri Coffee (pó micronizado). Este último insumo deu origem ao protótipo do produto Chococoffee, chocolate que tem o pó de cacau substituído pelo pó de café. “Somos criadores de mercados e oferecemos às indústrias possibilidades e ideias para o lançamento de novos produtos”, destaca o presidente da AQIA Química Industrial, Alaor Pereira Lino. “Com a joint venture queremos dar segmento na qualidade dos trabalhos feitos pela Cooxupé e valorar a extração dos componentes do óleo e torta de café verde, abrindo portas em mercados como o de cosmético e o nutricional”, acrescenta. Essas áreas devem representar à AQIA um crescimento de 20 a 30% nos negócios até 2020.
O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, afirma que a cooperativa está sempre atenta às novas possibilidades para sempre agregar valor ao café dos cooperados. “Investimos entre 5 e 7 milhões de reais em pesquisas e na montagem de uma fábrica em Guaxupé (MG) para começarmos o processo de extração de óleo café verde para a indústria cosmética. Além do óleo tivemos uma surpresa com a torta, ou seja, o resíduo gerado durante a extração da matéria prima. Ela também está sendo utilizada em produtos com ação esfoliante, por exemplo. Estamos otimistas com esse novo modelo de negócios em que a Cooxupé é a primeira cooperativa de café do Brasil a fazer extração da matéria prima para novos nichos de mercado”, explica.
Além de atender ao mercado brasileiro, a expectativa pela exportação da linha AQIA Coffee para a América Latina, Estados Unidos e Europa é grande, afirmam os presidentes da Cooxupé e AQIA. Hoje com faturamento de R$ 200 milhões, a AQIA Química Industrial ainda afirma que a expectativa com a joint venture é crescer R$ 10 milhões em cinco anos. Atualmente, no portfólio da empresa estão marcas como Natura, Unilever, P&G, J&J, Avon, Boticario, Embelleze, Colgate, Stiefel, Aché, entre outras.
Benefícios
Consultora do projeto, a especialista Sônia Corazza – com 39 anos de atuação na área Cosmética, em departamentos de Pesquisa& Desenvolvimento de Novos Produtos – destaca que o grão de café é extremamente rico, possuindo grande variedade de minerais, aminoácidos, lipídios, açúcares, vitaminas, cafeína e, em maior quantidade que todos os demais componentes, os ácidos clorogênicos – que são seus principais compostos bioativos.
Pesquisas realizadas com renomadas instituições como UNICAMP e UNESP Araraquara mostraram que as propriedades encontradas no
grão de café desempenham funções como: antioxidante, sequestrante de radicais livres, regenerador tessitular (cicatrizante), calmante (ação anti-inflamatória), protetor à pele contra os raios UV, prevenção do fotoenvelhecimento, estimulante da regeneração celular dermoepidérmica, entre outros. “A cosmética atual e seus consumidores, cada vez mais exigentes, estão fazendo com que as empresas tenham maior atenção para algumas questões que hoje são fundamentais para a elaboração de seus produtos. Dentro deste contexto, nota-se uma busca por ingredientes que sejam polivalentes, capazes de realizar múltiplas funções ao mesmo tempo, bem como proporcionar uma experiência sensitiva intensamente prazerosa”, destaca Sônia Corazza.
Outro ponto defendido pela especialista é a procedência das matérias primas. “É de extrema importância, uma vez que componentes de origem petroquímica ou obtidos em processos danosos ao ser humano e ao planeta estão sendo banidos rapidamente das prateleiras. Os insumos do café, além de fornecerem à indústria resultados fantásticos, abrirão mais uma fonte de produtos industrializados a serem exportados para o mundo”, declara.
Cooxupé
Fundada em 1932 como cooperativa de crédito agrícola e transformada na Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé no ano de 1957, quando iniciou as atividades de recebimento, processamento e comercialização de café, a Cooxupé faz parte da história da cafeicultura nacional e avança a passos largos, levando o seu café verde, do tipo arábica, muito além da fronteira brasileira, desde 1959. Hoje são mais de 40 países consumidores do café da cooperativa.
Com mais de 80 anos de atuação, a Cooxupé é referência na cafeicultura nacional. São aproximadamente 12 mil cooperados, a maioria mini e pequeno produtores que sobrevivem da agricultura familiar. Os cafés da cooperativa são procedentes de regiões brasileiras consideradas nobres – Sul de Minas, Cerrado mineiro e Vale do Rio Pardo (estado de São Paulo) – e muitos dos cafezais já integram programas de sustentabilidades e de certificações, hoje uma das principais exigências do mercado interacional. A Cooxupé também desenvolve outros projetos que agregam valor ao seu café. A cooperativa possui uma fábrica para torrefação própria e outra ara a extração de óleo de café verde, destinado às indústrias para a produção de cosméticos. Alem disso, outros projetos incentivam a diversificação dos negócios como o auxílio na produção e comercialização de milho, fábrica de rações, laboratórios para análises de solo, geoprocessamento, entre outros investimentos.
Em 2014, a Cooxupé registrou faturamento de R$ 2,5 bilhões e exportou 3,2 milhões de sacas de café arábica.
AQIA Química Industrial
Com mais de 30 anos no mercado de especialidades químicas com um amplo portfólio de ingredientes inovadores para o mercado de Cuidado e Higiene Pessoal, aAQIAé uma indústria brasileira com parcerias nacionais e internacionais de empresas líderes, como: AAK, Dow, Exsymol, Farma Service e Lucas Meyer. AAQIA oferece aos clientes um conjunto completo de serviços que incluem suporte para o marketing com conceitos e inovações, desenvolvimento de formulação e assistência técnica. Aempresa conta com uma planta fabril, em Guarulhos (SP) e a sede está localizada na capital paulista, com a atuação voltada para fortalecer a cadeia – produção, logística e conhecimento para a entrega do produto final de alta qualidade e maior competitividade.
Fonte: Assessoria Cooxupé