Os investimentos da cooperativa do Sul de Minas visam atender ao crescimento na demanda por café
MARA BIANCHETTI.
A Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé Ltda (Cooxupé), no Sul de Minas, inaugura amanhã a primeira fase das obras de expansão de seus armazéns, mediante aportes de R$ 50 milhões. A ampliação deverá ser concluída em setembro e consumirá investimentos superiores a R$ 70 milhões, provenientes do caixa próprio, do Banco do Brasil e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
De acordo com o presidente da cooperativa, Carlos Alberto Paulino da Costa, as inversões no chamado Complexo de Armazenagem e Indústria de café Japy visam atender ao aumento da demanda. “As instalações já não estavam sendo suficientes para atender aos cooperados. Além disso, não havia espaço na planta para expansões. Por isso, foi preciso construir os galpões em outro local”, explicou.
Com o fim da primeira etapa, que teve os trabalhos iniciados no último trimestre de 2009, a Cooxupé ampliará a capacidade de armazenagem em 30%, o que equivale a 1,5 milhão de sacas. Atualmente, os depósitos comportam 3,5 milhões de sacas. “Em termos gerais, o complexo se consolida como uma indústria moderna, equipada para receber cafés a granel, que serão empilhados em bags”, ressaltou.
Essa fase da expansão inclui a construção de 20 silos para guardar 1.800 toneladas de café a granel, o que equivale a 30 mil sacas por unidade e um total de 600 mil sacas no complexo, além de um galpão de recebimento do produto com quatro moegas e tombadores, conjunto de 20 silos para armazenar 300 sacas cada, bloco de apoio com 1 mil metros quadrados, com oficina mecânica e elétrica.
Abrange ainda refeitórios, banheiros e portaria com balança, onde serão retiradas amostras e será feita a classificação dos lotes entregues pelos cooperados.Conforme Costa, a segunda etapa das obras do complexo já está em andamento e engloba a criação de 60 silos para 3 mil sacas cada, onde ficarão os cafés já comprados pela Cooxupé e preparados para venda aos mercados interno e externo. “Além disso, um barracão de 4,7 mil metros quadrados para máquinas de preparo, padronização, liga e embarque de café também será construído”, completou.Em 2010, a cooperativa faturou cerca de R$ 1,8 bilhão, superando em 19,7% o montante registrado em 2009.
Segundo o presidente, o resultado pode ser atribuído à demanda crescente pelo café, o que promoveu a valorização do grão. No ano passado, quando houve bianualidade positiva para o café , a Cooxupé comercializou cerca de 4,8 milhões de sacas. A expectativa para a safra atual é de uma produção próxima a 3,3 milhões de sacas, queda de 31,25%.”Se a demanda interna e externa pelo café continuar aquecida como a registrada no segundo semestre do ano passado vamos conseguir preços rentáveis em 2011.
Ao que tudo indica teremos um ano positivo para o café, já que o clima está bastante favorável”, explicou.De acordo com Paulino, a saca de café de 60 quilos em Minas Gerais está cotada entre R$ 340 e R$ 350. O valor pode ser superior nos cafés especiais, onde os preços alcançam R$ 380. Até junho de 2010, a saca era comercializada em torno de R$ 250, valorização próxima a 40%.