Café 4C – Primeiro carregamento acontece na Cooxupé O primeiro carregamento de café 4C aconteceu esta manhã no
armazém da maior cooperativa de café do mundo, a Cooxupé, que fica em Guaxupé,
cidade situada no sul de Minas. Assim que o programa de
sustentabilidade chamado de 4C (a sigla significa “Código Comum para a
Comunidade Cafeeira”) entrou em vigor em 1º de outubro, a Cooxupé foi a primeira
empresa do mundo a obter a licença oficial para comercializar café em grão cru
produzido em conformidade com as normas e regras estabelecidas por esta
associação, que é mundial. Neste primeiro mês, a Cooxupé comercializou 80
contêineres de café 4C tendo, a Alemanha, como maior comprador. Por se tratar de
um marco histórico, o carregamento da primeira remessa com sacarias
estampando o selo do programa foi assistido não só por cooperados, diretores,
superintendentes e gerentes da Cooxupé, como também pelo secretário de Produção
e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), dr.
Manoel Vicente Bertone, convidado especial ao evento.
“Saímos na frente,
ao mostrarmos ao mundo que já produzimos um café socialmente correto, que
respeita o meio ambiente e proporciona adequada sustentabilidade social”, afirma
Bertone, ao comemorar o fato de sermos o primeiro país a exportar o produto
com o selo 4C. Segundo ele, a criação deste programa possibilitou, ao
Brasil, a oportunidade de mostrar profissionalismo e eficiência em café. “A
Cooxupé também soube muito bem aproveitar esse momento e mostrou porque é a mais
emblemática das cooperativas brasileiras”, ressaltou Bertone, que não escondia a
satisfação por ter vislumbrado o início de um processo que ele acompanhou tão de
perto quando presidia o Conselho Nacional do Café – CNC.
Na opinião de
Bertone, o sucesso do programa 4C tem por trás um sistema cooperativista
pujante, que busca produtividade aplicando as melhores tecnologias e que
proporciona, ao mundo, uma das cafeiculturas com maior produtividade e
qualidade. O presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa, concorda, lembrando
que o Código Comum para a Comunidade Cafeeira prevê o aprimoramento da atividade
cafeeira, que no Brasil já se destaca por respeitar conceitos de consciência
ambiental, respeito social e econômico. “Nós obtivemos a licença para
comercializar cafés com o selo 4C até 2010 e devemos nos empenhar para aprimorar
nossa atividade”, conclui.
O superintendente comercial para o Mercado
Externo da Cooxupé, Joaquim Libânio Ferreira Leite, lembra que quando surgiu a
idéia de se criar uma associação que valorizasse a sustentabilidade, por
iniciativa do governo alemão, a aceitação a esta idéia não foi imediata. “Pelo
contrário, as exigências pareciam enormes, sem nenhum retorno financeiro. Hoje,
a sustentablidade é um caminho sem volta, em função das exigências de mercado”,
afirma. Joaquim Libânio preside a Junta Executiva do 4C e por esta razão tem
propagado os conceitos do Código em vários países. Segundo ele, este programa se
fortaleceu pelo fato de englobar representantes dos setores produtivo, de
comércio e indústria e também de serviços. O secretário Bertone é da mesma
opinião e, segundo ele, o 4C deve receber apoio governamental, por intermédio do
Funcafé – Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – para que seus conceitos se
multipliquem e se expandam com maior facilidade no Brasil.