Depois de analisar minuciosamente as vantagens de investir na China, em 30 de setembro, a “CafeChocolat” começou a funcionar em um shopping center de Xi’ an. A cafeteria foi aberta em parceria com um grupo belga, o Cpe Group, e outro chinês, o Liu Jun,
“Lições que surgem da crise”, este foi o tema central da Conferência Mundial do Café realizada de 23 a 25 de setembro em Salvador (BA). Ao participar do evento, o diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), Nestor Osorio, apontou o investimento no aumento do consumo de café como uma das saídas para que o setor cafeeiro evite períodos de crise. Na sua opinião, os países produtores devem reunir esforços para investir em crescimento do consumo entre os países que já consomem café, entre os países produtores e, acima de tudo, devem investir em novos consumidores. Neste ponto, a China foi citada por Osorio como um importante mercado.
A Cooxupé, que há 25 anos viveu a experiência inovadora, para a época, de acreditar na exportação do grão brasileiro e hoje firmou-se entre os maiores exportadores de café do Brasil, acaba de abraçar um novo desafio: o de conquistar o paladar do consumidor chinês. Depois de analisar minuciosamente as vantagens de investir na China, o projeto de abrir uma cafeteria na cidade turística de Xi’an foi aprovado pelo Conselho de Administração e acaba de sair do papel: em 30 de setembro, a “CafeChocolat” começou a funcionar em um shopping center de Xi’ an. A cafeteria foi aberta em parceria com um grupo belga, o Cpe Group, e outro chinês, o Liu Jun, para oferecer uma variedade de bebidas quentes e frias e quitutes feitos com café, além do que há de melhor em chocolates.
“Sabemos que se trata de um investimento que nos dará retorno a longo prazo, mas o primeiro passo tinha que ser dado e resolvemos apostar nesta trajetória, por acreditar na influência dos hábitos ocidentais entre os chineses”, analisa o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa. O superintendente de Administração e Finanças, Maurício Ribeiro do Valle, concorda: “acredito que o café, bebida apreciada e cultuada por muitos povos, está na lista dos hábitos que serão cultivados pelo oriente e a China tem potencial para se tornar um grande mercado para a Cooxupé”, comenta.
O fato é que no primeiro dia de funcionamento da “CafeChocolat”, os chineses foram atraídos pela novidade e chegaram a formar fila para experimentar o sabor do café da Cooxupé, o Prima Qualità. Quem nos conta é o superintendente de Mercado Externo, Joaquim Libânio Ferreira Leite, que viajou a Xi’ an para a inauguração. “Vendemos dentro das nossas expectativas (400 euros, o equivalente a R$ 920,00). Foi um bom começo, se pensarmos que nem mostruário de preços e produtos tínhamos, mas ainda vamos adaptar a torração do nosso café ao gosto chinês”, explica Joaquim Libânio. Segundo ele, muitos não tomaram o espresso puro, mas com leite: “isso mostra que devemos diminuir o grau de torração do Prima Qualità, o que será feito na própria cafeteria, para chamar a atenção do público”. Quanto ao chocolate, ele disse que houve comentários de que o mousse estava doce. “Como vêem, a CafeChocolat instalou-se em Xi’an disposta a aprender, acreditando na qualidade do café brasileiro, estampada no logotipo colocado na entrada, junto ao símbolo da Cooxupé, fato que nos enche de orgulho!”.
O diretor administrativo Antonio Carlos Oliveira Martins também acredita nesta iniciativa, uma vez que a Cooxupé chegou à China inovando: “não estamos oferecendo o café solúvel, já conhecido entre os chineses, mas o sabor do grão torrado e moído. E junto com o nosso cafezinho, uma série de produtos que podem ser feitos com café. Estamos apostando num leque de opções para conquistar os chineses”.
E para mostrar que a Cooxupé não brinca em serviço, a Diretoria Executiva já aprovou a abertura de uma segunda loja, desta vez no centro da cidade, na praça monumental onde está instalado o famoso Museu de Xi’an. Nesta cidade, de origem milenar, estão a Torre do Sino e a Torre do Tambor, duas construções de mais de 600 anos, que mesmo após o surgimento dos arranha-céus modernos, não perderam sua grandeza. A Cooxupé acredita que este povo, habituado aos contrastes, também pode conviver harmoniosamente com o sabor do nosso café e o hábito milenar do chá.
Silvia Elena do Carmo Marques