fonte: Cepea

Cooperativas se acham excluídas

27 de janeiro de 2007 | Sem comentários Comércio Cooperativas
Por: 26/01/2007 12:01:07 - Clipping Ministério do Planejamento

Linha de frente do agronegócio, o setor cooperativista não se sentiu atendido pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Embora aponte caminhos para o crescimento do país, na avaliação do presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, o plano ignora o campo e, especialmente, a participação desse setor na geração total de riquezas. Para ele, o PAC é “decepcionante”. “Esperávamos mais porque um setor tão representativo para a economia não foi lembrado”, disse.


Os produtores reivindicavam uma série de medidas estruturais para tentar recuperar a renda perdida devido a problemas de clima, endividamento, câmbio fraco e crédito escasso. Entre os pedidos que acabaram sendo ignorados no PAC estavam ações cambiais que favorecessem os exportadores, mais dinheiro para a pesquisa e a desoneração do óleo diesel.


Porém, mesmo com tudo (ou quase tudo) conspirando contra, as cooperativas brasileiras conseguiram ampliar em volume e em valor o total exportado no ano passado. As vendas externas somaram US$ 2,83 bilhões, resultado de embarques de 7,5 milhões de toneladas. Em dólares, houve um salto de 25,7% comparado aos US$ 2,25 bilhões registrados em 2005 (naquele ano o volume exportado foi de 6,5 milhões de toneladas).


Os números, divulgados ontem, são os melhores já apurados pelo setor desde 1990 e, de acordo com a OCB, mostram que os cooperados apostaram certo nos itens mais valorizados pelo mercado internacional. Em 2007, a estimativa dos cooperativista é ampliar ainda mais a receita em dólares. Cálculos da OCB apontam para um crescimento de 10% a 15%. No Brasil, há 7.518 entidades que atuam em 13 segmentos diferentes.


As exportações das cooperativas agropecuárias somaram US$ 2,81 bilhões — 6% dos US$ 49,4 bilhões vendidos ao exterior pelo agronegócio como um todo. A estimativa da OCB é abocanhar 10% desse bolo até 2010. “Estamos começando a melhorar nossa cultura exportadora. Antes, o foco era mais regionalista, o mercado local”, explicou Freitas. Entre os produtos de maior destaque na pauta de exportações das cooperativas estão: álcool e açúcar, soja em grãos e farelo, carnes de frango, boi e porco, além de café em grão.


Nessa lista, quase todos os produtos se valorizaram — ou estão em processo de recuperação — no mercado internacional. Mesmo o complexo carnes, abalado pelo medo da gripe aviária no mundo e dos registros de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, não perdeu tanto valor. Nos próximos três ou quatro anos, as estrelas brasileiras tendem a ser o milho, o arroz, o leite, as frutas e as flores. Já para este ano, o setor não espera resultados tão bons como os de 2006 para os produtos do complexo sucroalcooleiro.


Os destinos internacionais foram os mais variados possíveis, com destaque para os Estados Unidos, que absorveram US$ 318 milhões em produtos, Emirados Árabes, com US$ 280 milhões, China, comprando um total de US$ 216 milhões, e Países Baixos, com US$ 204 milhões. Na análise por blocos econômicos, o Mercosul e a América do Sul aparecem nas últimas colocações. “Os produtos brasileiros são concorrentes dos fabricados pelos vizinhos”, explicou Evandro Ninaut, gerente de mercados do sistema OCB.


No ranking dos principais estados exportadores mais uma vez São Paulo encabeça a lista. O estado foi responsável por 39,5% de tudo o que as cooperativas venderam ao exterior no ano passado (US$ 1,11 bilhão). Em segundo lugar, aparece o Paraná e em terceiro Minas Gerais.
 

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