São Paulo, 27 – Representantes das principais cooperativas de café do País estiveram reunidos hoje à tarde em São Paulo. O encontro foi realizado para discutir mecanismos de financiamento da safra 2008, estimada em 45,54 milhões de sacas de 60 quilos, melhor resultado desde 2002, quando a colheita alcançou 48,5 milhões de sacas.
A informação é do presidente do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes.
A reunião serviu para discutir os leilões de Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), além de um novo tipo de financiamento para escoar a grande safra deste ano, com maior prazo para pagamento, e a viabilidade de realização de leilões de opção de venda de café ao governo.
Segundo Ximenes, o resultado das discussões de hoje será apresentado ao governo na próxima reunião do Conselho Deliberativo de Política Cafeeira (CDPC), marcada para 4 de setembro no Ministério da Agricultura, em Brasília.
O presidente do CNC negou que o setor produtivo esteja abrindo mão dos leilões de Pepro, ao estudar novos tipos de financiamento ao produtor. “Queremos o Pepro, mas ao mesmo tempo estamos pensando em novos projetos de renda para o cafeicultor”, explicou.
Polêmica
De acordo com Ximenes, não existe polêmica com relação à realização de leilões de Pepro este ano. “Ela (polêmica) foi dizimada com o posicionamento do governo”, disse. A assessoria de imprensa do Ministério da Agricultura informou que o processo de realização do leilão de Pepro em 2007 foi “feito com total lisura” e que o programa foi aprovada pelo CDPC.
“Estão tentando cria polêmica, num jogo de interesse econômico”. “Não querem que seja levado adiante um instrumento que deu certo para o produtor e para o País”, salientou. Ximenes disse, ainda, que as cooperativas estão abertas à fiscalização e “já prestaram conta”. Segundo ele, a discussão sobre o Pepro é considerada “página virada”.
O Tribunal de Contas da União (TCU) enviou ao Ministério da Agricultura um pedido de informações sobre os participantes do leilão de Pepro realizado no ano passado. O TCU pediu ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, todas as informações sobre os participantes do leilão: nome, número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) e cooperativa a qual é ligado. Para cada operação, o governo precisará informar a quantidade de café negociada e o valor do prêmio.