Vinte e quatro cooperativas integram a comitiva brasileira que participará da Feira Internacional de Cooperativas 2006, entre os dias 1 e 4 de junho, na cidade de Porto
Tem cachaça mineira, vinho de Bento Gonçalves (RS), pimenta-do-reino cultivada no Pará e o café de São Paulo e Minas Gerais. Do Rio de Janeiro, saem peças artesanais confeccionadas pelas costureiras da Rocinha que, reunidas às demais cooperativas, vão mostrar o que o Brasil tem para oferecer no mercado internacional.
Trata-se da 1ª Feira Internacional de Cooperativas (Ficoop 2006), que começa nesta quinta-feira (1º de junho), na cidade portuguesa de Porto, e termina no domingo, dia 4. A comitiva brasileira reúne 24 cooperativas do Sistema Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), sediadas em oito estados: Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
A proposta é divulgar o cooperativismo brasileiro e fortalecer as relações bilaterais, ampliando as exportações e relacionamentos de cooperativas brasileiras com compradores e tradings na Europa. “Nosso intuito é promover produtos e serviços de cooperativas, bem como ações de Organizações Estaduais e de todo o Sistema OCB”, assinala o presidente Márcio Lopes de Freitas, ao afirmar que o sistema cooperativo português pode oferecer boas oportunidades para as cooperativas brasileiras.
Para tanto, o Sistema OCB contará com estande institucional de 45,5 m² localizado na parte central do pavilhão de exposições da feira. A programação prevê palestras, visitas técnicas a cooperativas portuguesas e rodadas de negócios. Antes da abertura do evento, cooperativas da Alemanha, Espanha, Portugal, Timor Leste e Angola já demonstraram interesse pelos produtos brasileiros.
A feira conta com o apoio de duas das principais organizações cooperativistas de Portugal: o Instituto Antônio Sérgio para o Setor Cooperativo (Inscoop) e a Confederação das Cooperativas Agrícolas de Portugal (Confagri). Além da Ficoop, a cidade de Porto reúne, esta semana, outras seis feiras de produtos e equipamentos para indústria alimentícia, produtos e serviços de hotelaria, salão de produtos alimentares e vinhos.
INTERCÂMBIO COMERCIAL
Nos últimos cinco anos, as trocas comerciais entre Brasil e Portugal quase dobraram, passando de US$ 704 milhões, em 2001, para US$ 1,2 bilhão em 2005. Esse expressivo aumento resultou quase exclusivamente do incremento de 153% das exportações brasileiras, que passaram de US$ 379 milhões, em 2000, para US$ 1,1 milhão em 2005. Portugal foi responsável por 4,0% do total das vendas brasileiras para a União Européia em 2005.
As importações brasileiras de produtos portugueses, por sua vez, tiveram pequeno aumento nesse período (12%), passando de US$ 170 milhões, em 2000, para US$ 230 milhões em 2005. Como conseqüência, o Brasil tem registrado sucessivos recordes em sua balança comercial com Portugal. O saldo comercial, que era de US$ 209 milhões em 2000, atingiu US$ 784 milhões em 2005, um aumento de 268% no período.
Liderando o ranking dos principais produtos portugueses importados pelo Brasil, estão os tradicionais óleos de oliva, com participação de 22,7% do total em 2004. O vinho e o bacalhau, outros produtos tradicionalmente associados a Portugal, também têm presença importante, com 10,9% de participação. Outros produtos relevantes são os sulfetos de minérios de cobre (10,6%) e óleos lubrificantes (7,1%).