Segundo a Cooperativa dos Cafeicultores de Marília, a previsão de 460 mil sacas para este ano deve cair para 400 mil, uma queda de 13%
Mesmo sendo considerado um ano bom para o café, a colheita de 2012 deve ter um volume abaixo do esperado, isso porque a grande quantidade de chuva do mês de maio e junho já atrasou o iniício da safra na região. Segundo a Coopemar (Cooperativa dos Cafeicultores de Marília), a previsão de 460 mil sacas para este ano deve cair para 400 mil, uma queda de 13%.
Segundo o presidente da Coopemar, François Guillaumon, o problema se deve ao atraso de quase 30 dias na colheita, que deveria ter começado no início de maio. “A chuva está sendo um grande problema, agora o volume está muito grande, em dezembro e janeiro que deveria ter iniciado tivemos pouca chuva, o que quebrou a safra. Faltou água no verão. Seria um ano de alta, mas estamos pessimistas”.
Guillaumon explica que a quantidade será abalada tanto na quebra da safra, como também no volume dos grãos. “Era para estarmos no pico da colheita, mas ainda está muito fraca. A safra que deveria terminar em agosto, com certeza só terá fim em setembro”.
Com a redução da quantidade, a qualidade do café também deve ser alterada e bastante prejudicada, pois além de derrubar os grãos do pé, a planta também fica comprometida com o excesso de umidade nas próximas safras. “Se continuar a chuva a tendência é que a qualidade caia ainda mais, essa semana a colheita ficou muito prejudicada, pois choveu quase todos os dias. A chuva não é de todo ruim, pois vegeta a plantação para safra de 2013, mas esse ano acho difícil ter qualidade para o concurso de café.”
O preço do produto já está bastante prejudicado no comparativo com o ano passado, quando o produto chegou a ser comercializado por R$ 520, hoje o valor está estimado em apenas R$ 340. “A crise na Europa, ocasionou a queda do preço, eles estão priorizando o consumo de outros produtos, com maior valor calórico. A expectativa é que nos próximos meses tenhamos uma recuperação, pois vai faltar café no mercado”, avalia Guillaumon.
No comparativo com o ano passado, a safra de 2012 terá um melhor resultado, mesmo porque 2011 era considerado um período de baixa para colheita do grão. Segundo a Coopemar no ano passado foram colhidas 320 mil sacas.
ESTADO
Apesar do pessimismo da Coopermar, segundo levantamento realizado no mês de maio desse ano pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) em parceria com o IEA (Instituto de Economia Agrícola) e com a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral), a safra de café do Estado de São Paulo terá uma colheita estimada de 4,92 milhões de sacas, com limite inferior de 4,68 milhões de sacas e superior de 5,16 milhões de sacas.
Na região de Marília o estudo visa produção de 563.361 sacas, com limite inferior a 514.911 sacas e superior a 611.810 mil sacas.
Região de Marília possui mil produtores
Segundo informações da Coopemar (Cooperativa de Cafeicultores de Marília), na região de Marília atualmente possuem mil produtores de café, sendo 350 cooperados à instituição. Os profissionais são divididos em 20 cidades, que totalizam uma área de plantação de 38 mil hectares.
Um dos casos de produtores é Pedro Losasso, com propriedade em Garça. O produtor confirmou o ruim cenário do café em toda a região, em decorrência do alto volume de chuva e a preocupação quanto à perda da qualidade e quantidade do café que é muito grande. “Essa semana não consegui fazer colheita em nenhum dia, isso preocupa bastante nós produtores, pois com a chuva o café cai no chão e além de perder qualidade, teremos uma perda quantitativa representativa. A colheita mecanizada está mais fácil, mas com certeza teremos um ano de queda. O ano que era de alta para o produto, trará prejuízos. Esperamos que o preço tenha uma recuperação, pois está muito difícil colher café”, finaliza Losasso.
Diáiro de Marília