A chuva desta semana serviu para cessar um período de estiagem que há meses vinha deixando a região com uma umidade relativa do ar em níveis de alerta e média de temperaturas acima das médias históricas. O que ocasionou este tempo seco foi uma massa de ar quente sobre a região que não permitia a entrada de massas de ar frias vindas do sul, impedindo a formações de nuvens e precipitação.

 

A última chuva que havia sido registrada foi de 18mm e aconteceu do dia 12 ao dia 14 de julho. Segundo dados armazenados pela estação meteorológica da Cooparaiso, a chuva acumulada deste ano, de abril a julho, foi de 86mm. Este é um nível considerado baixo já que, de acordo com o engenheiro agrônomo da Gestão do Agronegócio da Cooparaiso, Emerson Tinoco, “na região de São Sebastião do Paraíso, normalmente, comparado com índices de 15 anos anteriores, a média, só no mês de março, é de 150mm”.

 

Esta carência de água no solo se deveu a alterações climáticas na região acompanhadas e registradas há anos pelos meteorologistas. “As condições de clima em 2010, estão diferentes em 15 anos de análise. As chuvas pararam mais cedo e as temperaturas máximas e mínimas estão mais altas que nos últimos anos”, comenta o agrônomo.

 

Déficit hídrico – De acordo com dados da estação meteorológica da Cooparaiso, choveu nesta quarta-feira, 07 de setembro, cerca de 5mm, nível considerado baixo para repor o déficit hídrico acumulado. “Nosso déficit hoje está em 53mm e, para setembro, há previsão de 28mm de chuva, isto é muito pouco”, aponta o engenheiro agrônomo Emerson Tinoco.

 

Na lavoura, o café já sente com o déficit hídrico que, desde maio, vem limitando a capacidade da planta em retirar água do solo, principalmente em terrenos de solo arenoso e de baixa altitude.

 

Em algumas propriedades, o “estado crítico da lavoura tem chegado a ponto de murcha permanente, quando a planta começa a perder água e chega a perder ramos, o que afeta a produção futura”, explica o engenheiro agrônomo. Ainda segundo ele, “nós não temos, este ano, previsão de chuva significativa em setembro. O que vai chover este mês não vai conseguir repor a quantidade necessária de água, então, praticamente a partir novembro, vamos normalizar este ‘reservatório de água’, que é o solo”, completa.

 

 

No gráfico de Previsão de Precipitação para o ano de 2010/2011, acessado através do site www.climasecurity.com.br, é possível observar que no mês de setembro as chuvas apresentam uma estimativa bem abaixo do normal, o que não será suficiente para suprir o déficit hídrico acumulado.

 

A linha verde mostra os índices normais de chuva. As linhas amarela e laranja demonstram a variação possível que pode acontecer nos dados da previsão.