21-01-2015 –
A evolução da ferrugem em cafeeiros depende das condições
climáticas e da susceptibilidade das plantas, e está muito afetada pela carga
pendente das plantas.
O período infectivo normal do fungo ocorre na época mais chuvosa e quente,
entre novembro e abril.
No controle químico da ferrugem, pela via foliar, são usadas formulações
fungicidas combinando triazóis mais estrobilurinas, em 2-3 aplicações no ciclo,
buscando cobrir o período infectivo da doença.
No entanto, nos últimos anos, por efeito de inverno mais quente e chuvoso, a
infecção pela ferrugem tem ocorrido mais tardiamente.
Especialmente em programas com 2 aplicações foliares, iniciadas e terminadas
mais cedo no período, tem ocorrido um maior nível final de infecção e desfolha
das plantas, mesmo diante do controle praticado.
Foi conduzido um ensaio, no ciclo 2013/2014, na Fazenda Experimental, da
Fundação Procafé, em Varginha (MG), para estudar programas de épocas de controle
da ferrugem, usando combinações de aplicações em épocas mais cedo, com outras
intermediárias e mais tardias, visando alcançar níveis finais de infecção mais
baixos.
Foi incluída, ainda, a modalidade de aplicação única em dose concentrada. A
formulação usada foi do produto comercial Ópera.
Por efeito da boa carga pendente e, apesar de ter ocorrido um veranico em
janeiro-fevereiro de 2014, a ferrugem evoluiu bastante nos cafeeiros da parcela
testemunha, sem controle, atingindo, em julho de 2014, o nível de 62% de
infecção.
Nos tratados com Ópera, em diferentes épocas, o nível variou de 2,4 a 27,6 %,
mostrando controle diferenciado.
Verificou-se que as aplicações combinando épocas mais tardias da formulação
fungicida foram mais eficientes na redução da infecção final da ferrugem, ou
seja, diminuíram a evolução da ferrugem tardia.
Quanto ao efeito da aplicação concentrada, ela foi efetiva quando usada numa
época intermediária, que possibilitou reduzir, drasticamente, o inoculo e,
assim, manteve residual adequado de controle da infecção final.
Os resultados obtidos permitiram concluir que:
a) A redução da infecção tardia da ferrugem é efetiva com uso de aplicações
coincidindo mais tarde no ciclo infectivo da doença, ou usar 3 aplicações
cobrindo todo o período.
b) Um programa de 2 aplicações, na dose cheia, iniciando em meados de janeiro
e a segunda em fins de março ou início de abril também se mostra adequado.
c) Quando necessário, usando doses mais elevadas da formulação fungicida, o
controle pode ser obtido, ainda, com aplicação única e em época intermediária do
período infectivo.
As infecções tardias da ferrugem promovem desfolhas severas nos ramos e
prejudicam a produção do ano seguinte.