Dados do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos mostram que no mês passado foram criados mais de 229 mil postos. Construção civil teve um dos melhores resultados
Brasília – Depois de um desempenho fraco em março, a criação de empregos formais na economia voltou a mostrar vigor em abril, quando foram abertas 229.803 vagas com carteira assinada. Foi o segundo melhor resultado para o mês de abril na série do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged), do Ministério do Trabalho. O melhor resultado para o mês foi abril de 2005, quando foram criados 266.095 postos de trabalho.
O bom desempenho de abril, segundo o Ministério do Trabalho, fez com que o resultado acumulado nos primeiros quatro meses deste ano fosse o melhor resultado para o quadrimestre dos registros do Caged. O saldo líquido de empregos (admissões menos desligamentos) alcançou 569.506 vagas, superando em 2% o total dos primeiros quatro meses de 2005 (558.317 novas ocupações).
Diante desse resultado, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse estar confiante de que a meta de geração de 1,4 milhão de empregos com carteira assinada este ano será cumprida. De acordo com Marinho, o bom desempenho do mercado de trabalho pode, em parte, ser explicado por fatores sazonais, principalmente os relacionados com o agronegócio, especialmente cana-de-açúcar e café. “Mas também são crescentes os efeitos positivos da balança comercial, da redução da taxa de juros e das medidas de incentivo à construção civil”, salientou.
Esses efeitos positivos, segundo o ministro, podem ser observados na indústria de transformação, que criou 78.481 novos empregos em abril, alcançando, no quadrimestre, um saldo líquido positivo de 146.509 vagas, o segundo melhor desempenho para o período.
CÂMBIO – O ministro admitiu, no entanto, que alguns setores, especialmente os voltados à exportação, como o de calçados e o de automóveis, estão enfrentando dificuldades com a taxa de câmbio desfavorável aos negócios. E voltou a afirmar que o governo está trabalhando para buscar um câmbio mais equilibrado, mas, enquanto isso não acontece, os setores em dificuldades poderão contar com o apoio de linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Pelos dados do Caged, os setores que mais se destacaram no quadrimestre, além da indústria de transformação, foram os serviços (231.327 vagas criadas), a agropecuária ( 71.796) e a construção civil que, com um saldo líquido de 54.068 postos de trabalho, apresentou o melhor desempenho para o setor já registrado nos primeiros quatro meses do ano. A expansão do emprego no setor agropecuário está associado ao cultivo da cana-de-açúcar e café na região sudeste, já que outras lavouras, como a soja no Centro-Oeste, enfrentam dificuldades. (AE)