A advertência é do secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Linneu Costa Lima, ao antecipar uma produção estimada em 110 milhões de sacas para um consumo previsto de 119 milhões de sacas.
O aumento de 17% no consumo mundial de café ao longo da última década vai gerar um déficit de 9 milhões de sacas na oferta global do produto este ano. A advertência é do secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Linneu Costa Lima, ao antecipar uma produção estimada em 110 milhões de sacas para um consumo previsto de 119 milhões de sacas.
Essa realidade, contudo, não provocará desabastecimento, pois os estoques em países consumidores cobrem essa necessidade. “Teremos o menor estoque da história da cafeicultura brasileira, cerca de três milhões de sacas”.
Com produção anual de 33,3 milhões de sacas (40% do consumo mundial), o Brasil defende a eliminação de barreiras tarifárias para o produto e o livre acesso a mercados, posições colocadas pelo ministro Roberto Rodrigues na 2ª Conferência Mundial do Café, realizada de 23 a 25 de setembro, em Salvador. Coordenado pelo Ministério da Agricultura, o encontro foi promovido pela Organização Internacional do Café (OIC) e Associação dos Produtores Irrigantes da Bahia (Aiba).
A criação de mecanismos de mercados para ordenar o fluxo das safras e assegurar abastecimento estável, o que interessa a todos os participantes da cadeia, e o aumento de consumo para facilitar transferência de renda ao produtor, foram outros pontos destacados pelo ministro num documento que servirá de base para as discussões a serem realizadas no âmbito do Conselho da Organização Internacional do Café, prevista para janeiro de 2006 em Londres.
Rodrigues considerou, ainda, a importância de melhor organizar os produtores (via cooperativas, associações) para com isso encurtar a cadeia e facilitar o acesso ao crédito, o gerenciamento de risco, a certificação, o ganho de qualidade. O ministro avalia também que a OIC poderá desempenhar vários papéis na área organizacional da produção como levantar recursos para programas, coordenar e integrar políticas que envolvam vários países e facilitar iniciativas de sustentabilidade, garantindo que normas, direitos e obrigações sejam equilibradas e pactuadas entre os participantes da cadeia.