Consumo mundial de café deve aumentar em 70 milhões de sacas até 2030

GLOBO RURAL – 13 de Março de 2015


Projeção foi apresentada pelo CEO da Illy Café durante evento em São Paulo


POR VINICIUS GALERA DE ARRUDA, DE SÃO PAULO (SP)


O consumo mundial de café deve aumentar em 70 milhões de sacas até 2030. A projeção é do CEO da Illy Café, Andrea Illy. O executivo-chefe da torrefadora fez uma apresentação na manhã desta sexta-feira (13/3) em São Paulo durante um evento da Universidade do Café Brasil realizado em em conjunto com o Pensa (Centro de Conhecimento em Agronegócios), da FEA-USP.


De acordo com Andrea Illy, hoje o consumo mundial da bebida cresce em média 1,5% ao ano, ritmo que acompanha o do crescimento populacional. Daqui a quinze anos, no entanto, a população deve crescer cerca de 0,5% ao ano enquanto a demanda por café deve estar entre 2 e 2,5%. Segundo Illy, Brasil e Vietnã devem aumentar em 76,6 milhões de sacas até 2030.


Consumo emergente


“Hoje países produtores como Brasil e emergentes como a China estão contribuindo para o aumento do consumo”, explica o executivo. Segundo o executivo, apenas 20% da população mundial consome café (cerca de 1,5 bilhões de pessoas).


Além do aumento da oferta, os produtores terão de enfrentar o desafio de entregar um produto mais adequado a um novo perfil de consumo. Se antes o café era visto mais como uma bebida energética, hoje passou a ser visto como um produto associado ao prazer, além de benéfico para a saúde. “Mais de 60% dos consumidores consideram o café bom para a saúde”, disse Andrea Illy durante a apresentação.


“O consumidor começou a conhecer as origens do café e distingui-lo”, disse Andrea. Essa tendência deve continuar e o Brasil, com uma produção diversificada do fruto, deve ter um papel fundamental nesse contexto.


Aquecimento


O desafio será lidar com esse novo padrão de consumo diante de problemas atuais da cafeicultura, como as adversidades climáticas e os baixos preços pagos pelo café, que devem continuar.


Apesar de não concordar com certas projeções mais alarmantes, Andrea disse que “há previsões de que 50% das áreas compatíveis vão se tornar incompatíveis [com a cafeicultura] até o fim do século se o aquecimento global continuar dessa maneira”.


Ainda assim, o executivo é otimista. Andrea disse que hoje 100 milhões de pessoas estão engajadas na cadeia do café, da fazenda à xícara. “A cafeicultura, mesmo com toda a volatilidade que vive hoje, tem mais valor do que no passado”, disse Illy.


 

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Consumo mundial de café deve aumentar em 70 milhões de sacas até 2030

13 de Março de 2015

Projeção foi apresentada pelo CEO da Illy Café durante evento em São Paulo

Por Vinicius Galera de Arruda, de São Paulo (SP)  
   
Se antes o café era visto mais como uma bebida energética, hoje passou a ser visto como um produto associado ao prazer


O consumo mundial de café deve aumentar em 70 milhões de sacas até 2030. A projeção é do CEO da Illy Café, Andrea Illy. O executivo-chefe da torrefadora fez uma apresentação na manhã desta sexta-feira (13/3) em São Paulo durante um evento da Universidade do Café Brasil realizado em em conjunto com o Pensa (Centro de Conhecimento em Agronegócios), da FEA-USP.


De acordo com Andrea Illy, hoje o consumo mundial da bebida cresce em média 1,5% ao ano, ritmo que acompanha o do crescimento populacional. Daqui a quinze anos, no entanto, a população deve crescer cerca de 0,5% ao ano enquanto a demanda por café deve estar entre 2 e 2,5%. Segundo Illy, Brasil e Vietnã devem aumentar em 76,6 milhões de sacas até 2030.


Consumo emergente

“Hoje países produtores como Brasil e emergentes como a China estão contribuindo para o aumento do consumo”, explica o executivo. Segundo o executivo, apenas 20% da população mundial consome café (cerca de 1,5 bilhões de pessoas).


Além do aumento da oferta, os produtores terão de enfrentar o desafio de entregar um produto mais adequado a um novo perfil de consumo. Se antes o café era visto mais como uma bebida energética, hoje passou a ser visto como um produto associado ao prazer, além de benéfico para a saúde. “Mais de 60% dos consumidores consideram o café bom para a saúde”, disse Andrea Illy durante a apresentação.


“O consumidor começou a conhecer as origens do café e distingui-lo”, disse Andrea. Essa tendência deve continuar e o Brasil, com uma produção diversificada do fruto, deve ter um papel fundamental nesse contexto.


Aquecimento

O desafio será lidar com esse novo padrão de consumo diante de problemas atuais da cafeicultura, como as adversidades climáticas e os baixos preços pagos pelo café, que devem continuar.


Apesar de não concordar com certas projeções mais alarmantes, Andrea disse que “há previsões de que 50% das áreas compatíveis vão se tornar incompatíveis [com a cafeicultura] até o fim do século se o aquecimento global continuar dessa maneira”.


Ainda assim, o executivo é otimista. Andrea disse que hoje 100 milhões de pessoas estão engajadas na cadeia do café, da fazenda à xícara. “A cafeicultura, mesmo com toda a volatilidade que vive hoje, tem mais valor do que no passado”, disse Illy.

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