Juliana Brito
Apesar do momento difícil da cafeicultura, há um nicho de mercado que está caminhando na direção oposta: o de cafés especiais e gourmets.
O consumo desse café cresce, no mundo, 15% ao ano, enquanto o tipo comum tem aumentado 1,5%. No Brasil, das 20 milhões de sacas de café consumidas, 1,5 milhão já são especiais ou gourmet.
Produtores desses cafés conseguem remunerações que chegam a R$ 600.
A expansão de cafés pelos centros urbanos e das vendas de monodoses para máquinas de uso caseiro são os responsáveis pelo bom momento desse mercado.
Bahia no Vaticano
A marca baiana de café gourmet orgânico, Café Natura, é consumida no Vaticano. A produção vem de Ibicoara, Chapada Diamantina.
Há 12 anos o proprietário da empresa, Luca Allegro, investe nesse segmento.
Ele, que antes só exportava o produto para países como Inglaterra, Alemanha, Itália e Estados Unidos, há três anos, percebendo o crescimento do consumo desse café no País, direcionou a atenção para o mercado baiano.
Hoje, a marca está nos principais cafés de Salvador. Atualmente, 40% da produção são vendida localmente e 60% vão para exportação.
“Os dois mercados remuneram bem. Os compradores daqui estão pagando quase o mesmo que os do exterior”, diz Luca.
A Bahia vem se destacando há uma década na produção de cafés especiais. Uma das molas propulsoras disso são os concursos de qualidade. Vitória da Conquista recebe, nos dias 17 e 18 de outubro, a última fase de um dos mais tradicionais, o Concurso de Qualidade de Cafés da Bahia.