SALVADOR (Reuters) – O consumo de café cresce cerca de 100 mil sacas por mês no Brasil, segundo estimativas da indústria, e a safra menor neste ano, aliada à manutenção dos volumes médios de exportação, vai fazer com que o setor recorra fortemente aos estoques para suprir a demanda. O governo brasileiro já estima os estoques de passagem em maio de 2006 no menor nível das últimas décadas.
“Nós registramos consumo de 15,49 milhões de sacas nos 12 meses até abril deste ano. O próximo relatório será divulgado em outubro e como trará os dados do consumo durante o inverno, que é maior, acreditamos que chegaremos a 16 milhões de sacas ano”, afirmou à Reuters Nathan Herszkowikz, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), em um intervalo da 2a. Conferência Mundial do Café, que acontece em Salvador.
Se o número de 16 milhões de sacas for confirmado em 2005, representará um crescimento de 7,4 por cento sobre o consumo em 2004, de 14,9 milhões de sacas, uma taxa de expansão bem superior à média anual, de pouco menos de 2 por cento.
A Abic, com base nos números dos últimos meses, já projeta que o Brasil deverá atingir um consumo de 21 milhões de sacas em 2010, o que colocaria o país, segundo a entidade, no posto de maior consumidor mundial, ultrapassando os Estados Unidos.
Herszkowikz acredita que as várias campanhas de marketing feitas pelo setor ultimamente, com grande foco na qualidade, foram responsáveis pelo aumento no consumo, mas reconhece que o modismo das cafeterias e do café expresso e a recuperação da atividade econômica no Brasil também colaboraram.
“Mas veja como a questão econômica não é tudo. Em 2002, quando os preços do café estavam em um dos menores patamares da história, o consumo caiu muito no Brasil, talvez pela queda de qualidade. Agora, que os preços estão mais altos, o consumo também está em alta.”
A entidade acabou de formar os primeiros 40 ‘coffee assistants’, como estão sendo chamados os funcionários de supermercados que passaram por treinamento para auxiliar o consumidor de café a encontrar o produto mais adequado ao seu gosto.
“Eles visitaram fazendas, receberam treinamento, fizeram provas de xícara (cupping) e vão estar aptos a auxiliar os consumidores nos supermercados”, afirmou Eliana Relvas de Almeida, coordenadora do Centro de Preparação do Café, órgão da indústria que atua na melhoria da qualidade da bebida.
ESTOQUES EM 2 MILHÕES DE SACAS
“O estoque de passagem em maio será o menor das últimas décadas”, afirmou o ministro da Agricultura brasileiro, Roberto Rodrigues, durante discurso de abertura da conferência para uma platéia de aproximadamente 1.000 pessoas de várias entidades ligadas ao mercado internacional do produto.
“Não vai faltar café, mas vai ficar bastante apertado”, disse Linneu da Costa Lima, secretário nacional de Produção e Comercialização, que estimou os estoques de passagem, volume que antecede a entrada no mercado da safra 2006/07, em cerca de 2 milhões de sacas, incluindo na conta os estoques velhos do governo, de 3,5 milhões de sacas.
O Brasil está produzindo uma safra de café (ciclo baixo) estimada pelo governo em 33,3 milhões de sacas, com a colheita já praticamente concluída. O consumo local está estimado pela Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café) em 16 milhões de sacas e as exportações devem atingir cerca de 27 milhões de sacas.
“São 10 milhões de sacas de déficit, que terão que vir dos estoques”, afirmou Herszkowikz, que acredita, no entanto, que a perspectiva de uma grande safra brasileira no ano que vem, que ele estima entre 45 e 50 milhões de sacas, e o real valorizado deverão impedir um aumento muito grande nos preços.
“Mas o fundamento é para preços altos. O excedente da próxima safra vai apenas repor estoques que estão sendo consumidos agora”, afirmou.
SALVADOR (Reuters) – O consumo de café cresce cerca de 100 mil sacas por mês no Brasil, segundo estimativas da indústria, e a safra menor neste ano, aliada à manutenção dos volumes médios de exportação, vai fazer com que o setor recorra fortemente aos estoques para suprir a demanda. O governo brasileiro já estima os estoques de passagem em maio de 2006 no menor nível das últimas décadas.
“Nós registramos consumo de 15,49 milhões de sacas nos 12 meses até abril deste ano. O próximo relatório será divulgado em outubro e como trará os dados do consumo durante o inverno, que é maior, acreditamos que chegaremos a 16 milhões de sacas ano”, afirmou à Reuters Nathan Herszkowikz, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), em um intervalo da 2a. Conferência Mundial do Café, que acontece em Salvador.
Se o número de 16 milhões de sacas for confirmado em 2005, representará um crescimento de 7,4 por cento sobre o consumo em 2004, de 14,9 milhões de sacas, uma taxa de expansão bem superior à média anual, de pouco menos de 2 por cento.
A Abic, com base nos números dos últimos meses, já projeta que o Brasil deverá atingir um consumo de 21 milhões de sacas em 2010, o que colocaria o país, segundo a entidade, no posto de maior consumidor mundial, ultrapassando os Estados Unidos.
Herszkowikz acredita que as várias campanhas de marketing feitas pelo setor ultimamente, com grande foco na qualidade, foram responsáveis pelo aumento no consumo, mas reconhece que o modismo das cafeterias e do café expresso e a recuperação da atividade econômica no Brasil também colaboraram.
“Mas veja como a questão econômica não é tudo. Em 2002, quando os preços do café estavam em um dos menores patamares da história, o consumo caiu muito no Brasil, talvez pela queda de qualidade. Agora, que os preços estão mais altos, o consumo também está em alta.”
A entidade acabou de formar os primeiros 40 ‘coffee assistants’, como estão sendo chamados os funcionários de supermercados que passaram por treinamento para auxiliar o consumidor de café a encontrar o produto mais adequado ao seu gosto.
“Eles visitaram fazendas, receberam treinamento, fizeram provas de xícara (cupping) e vão estar aptos a auxiliar os consumidores nos supermercados”, afirmou Eliana Relvas de Almeida, coordenadora do Centro de Preparação do Café, órgão da indústria que atua na melhoria da qualidade da bebida.
ESTOQUES EM 2 MILHÕES DE SACAS
“O estoque de passagem em maio será o menor das últimas décadas”, afirmou o ministro da Agricultura brasileiro, Roberto Rodrigues, durante discurso de abertura da conferência para uma platéia de aproximadamente 1.000 pessoas de várias entidades ligadas ao mercado internacional do produto.
“Não vai faltar café, mas vai ficar bastante apertado”, disse Linneu da Costa Lima, secretário nacional de Produção e Comercialização, que estimou os estoques de passagem, volume que antecede a entrada no mercado da safra 2006/07, em cerca de 2 milhões de sacas, incluindo na conta os estoques velhos do governo, de 3,5 milhões de sacas.
O Brasil está produzindo uma safra de café (ciclo baixo) estimada pelo governo em 33,3 milhões de sacas, com a colheita já praticamente concluída. O consumo local está estimado pela Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café) em 16 milhões de sacas e as exportações devem atingir cerca de 27 milhões de sacas.
“São 10 milhões de sacas de déficit, que terão que vir dos estoques”, afirmou Herszkowikz, que acredita, no entanto, que a perspectiva de uma grande safra brasileira no ano que vem, que ele estima entre 45 e 50 milhões de sacas, e o real valorizado deverão impedir um aumento muito grande nos preços.
“Mas o fundamento é para preços altos. O excedente da próxima safra vai apenas repor estoques que estão sendo consumidos agora”, afirmou.
Por Marcelo Teixeira e Peter Blackburn
SALVADOR (Reuters) – O consumo de café cresce cerca de 100 mil sacas por mês no Brasil, segundo estimativas da indústria, e a safra menor neste ano, aliada à manutenção dos volumes médios de exportação, vai fazer com que o setor recorra fortemente aos estoques para suprir a demanda. O governo brasileiro já estima os estoques de passagem em maio de 2006 no menor nível das últimas décadas.
“Nós registramos consumo de 15,49 milhões de sacas nos 12 meses até abril deste ano. O próximo relatório será divulgado em outubro e como trará os dados do consumo durante o inverno, que é maior, acreditamos que chegaremos a 16 milhões de sacas ano”, afirmou à Reuters Nathan Herszkowikz, diretor-executivo da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), em um intervalo da 2a. Conferência Mundial do Café, que acontece em Salvador.
Se o número de 16 milhões de sacas for confirmado em 2005, representará um crescimento de 7,4 por cento sobre o consumo em 2004, de 14,9 milhões de sacas, uma taxa de expansão bem superior à média anual, de pouco menos de 2 por cento.
A Abic, com base nos números dos últimos meses, já projeta que o Brasil deverá atingir um consumo de 21 milhões de sacas em 2010, o que colocaria o país, segundo a entidade, no posto de maior consumidor mundial, ultrapassando os Estados Unidos.
Herszkowikz acredita que as várias campanhas de marketing feitas pelo setor ultimamente, com grande foco na qualidade, foram responsáveis pelo aumento no consumo, mas reconhece que o modismo das cafeterias e do café expresso e a recuperação da atividade econômica no Brasil também colaboraram.
“Mas veja como a questão econômica não é tudo. Em 2002, quando os preços do café estavam em um dos menores patamares da história, o consumo caiu muito no Brasil, talvez pela queda de qualidade. Agora, que os preços estão mais altos, o consumo também está em alta.”
A entidade acabou de formar os primeiros 40 ‘coffee assistants’, como estão sendo chamados os funcionários de supermercados que passaram por treinamento para auxiliar o consumidor de café a encontrar o produto mais adequado ao seu gosto.
“Eles visitaram fazendas, receberam treinamento, fizeram provas de xícara (cupping) e vão estar aptos a auxiliar os consumidores nos supermercados”, afirmou Eliana Relvas de Almeida, coordenadora do Centro de Preparação do Café, órgão da indústria que atua na melhoria da qualidade da bebida.
ESTOQUES EM 2 MILHÕES DE SACAS
“O estoque de passagem em maio será o menor das últimas décadas”, afirmou o ministro da Agricultura brasileiro, Roberto Rodrigues, durante discurso de abertura da conferência para uma platéia de aproximadamente 1.000 pessoas de várias entidades ligadas ao mercado internacional do produto.
“Não vai faltar café, mas vai ficar bastante apertado”, disse Linneu da Costa Lima, secretário nacional de Produção e Comercialização, que estimou os estoques de passagem, volume que antecede a entrada no mercado da safra 2006/07, em cerca de 2 milhões de sacas, incluindo na conta os estoques velhos do governo, de 3,5 milhões de sacas.
O Brasil está produzindo uma safra de café (ciclo baixo) estimada pelo governo em 33,3 milhões de sacas, com a colheita já praticamente concluída. O consumo local está estimado pela Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café) em 16 milhões de sacas e as exportações devem atingir cerca de 27 milhões de sacas.
“São 10 milhões de sacas de déficit, que terão que vir dos estoques”, afirmou Herszkowikz, que acredita, no entanto, que a perspectiva de uma grande safra brasileira no ano que vem, que ele estima entre 45 e 50 milhões de sacas, e o real valorizado deverão impedir um aumento muito grande nos preços.