O mercado de café vive uma situação de desequilíbrio, segundo especialistas no setor. O consumo e a exportação do Brasil crescem, mas a produção não aumenta no mesmo ritmo. Além disso, os estoques mundiais são cada vez menores. Nessa terça, dia 24, foi aberta em Santos, litoral paulista, uma exposição que mostra um pouco deste momento, considerado pelos especialistas, de incertezas para setor.
Numa visita ao museu do café em Santos, pode ser conhecido um pouco da história desta produção, que já representou a principal economia do Brasil. Como era o trabalho na lavoura, como eram feitos os negócios com café. O prédio do museu se destaca no centro histórico da cidade. Atrai turistas, que na cafeteria da entrada, podem até apreciar o cafezinho brasileiro.
A gente tem um público habitual, e esse público, que consome o nosso café, às vezes não dimensiona a importância que ele tem atualmente em termos gerais diz a diretora técnica do Museu do Café, Marilia Bonas.
Quem visitar o museu do café nestes próximos dias vai conhecer mais que história. O pessoal organizou uma exposição sobre o mercado do café atualmente. A ideia é ressaltar a importância do produto no dia a dia do brasileiro e mais que isto, na economia do país. Segundo analistas, a exposição tem base numa estatística preocupante.
A verdade é que há um equilíbrio muito precário entre a produção no Brasil, o mundo e o consumo mundial afirma o analista de mercado Eduardo Carvalhaes Filho.
Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Brasil é responsável por 35% do café produzido no planeta. Exporta 33 milhões de sacas por ano para consumidores do primeiro mundo, e embolsa US$ 5,7 bilhões. No mercado interno, a indústria comemora o aumento de consumo, cerca 5% ao ano. A previsão para 2011 é de mais de 20 milhões de sacas, o que significa que cada brasileiro vai beber em torno de 85 litros de café este ano.
Outro dado da divulgado, é que não há Estado brasileiro que não produza café. Minas Gerais, em maior quantidade, chega a 25 milhões de sacas. Depois vem o Espírito Santo e São Paulo.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira deve chegar a 45 milhões de sacas neste ano, seis milhões a mais que em 2009, quando também ocorreu o chamado ciclo de produção mais baixa. Segundo Carvalhaes, o ritmo de crescimento da produção não acompanhou a demanda nos últimos anos, e os estoques mundiais estão acabando.
Nos países produtores praticamente não existe mais estoque. E nos países consumidores os estoques estão muito baixos. Não chegam para três meses de consumo informa.
Carvalhaes também é diretor de uma corretora de café. Ele conta que viu, no último ano, a cotação do produto dobrar na bolsa de Nova York. Saiu do US$1,50 por libra peso para US$ 3.
A tendência é de bons preços para o café. A safra pode ser um pouco maior, o consumo um pouco menor. Nós temos que prestar muita atenção na economia do mundo. A tendência tanto em 2011 quanto em 2012 é de alta nos preços do café esclarece.
A possível escassez de café não chega a preocupar a indústria. O diretor executivo da Abic, Natan Herszkowicz, acredita que os preços altos podem causar um efeito positivo no campo, estimulando a produção no ano que vem com cafés de melhor qualidade.
Os melhores cafés vão ter que ser disputados. Disputa significa preço maior. Vai levar quem pagar mais. O brasileiro vai continuar tomando café a cada dia. Em média, 95% da população acima dos 15 anos toma café todo dia, e o que a gente deseja é que o Brasil continue sendo o país onde mais cresce o consumo de café no mundo.
A exposição no Museu do Café começou nesta terça, dia Nacional do Café, e vai até o dia 24 de junho.
Estoques mundiais do grão são cada vez menores
Sebastião Garcia | Santos (SP)
O mercado de café vive uma situação de desequilíbrio, segundo especialistas no setor. O consumo e a exportação do Brasil crescem, mas a produção não aumenta no mesmo ritmo. Além disso, os estoques mundiais são cada vez menores. Nessa terça, dia 24, foi aberta em Santos, litoral paulista, uma exposição que mostra um pouco deste momento, considerado pelos especialistas, de incertezas para setor.
Numa visita ao museu do café em Santos, pode ser conhecido um pouco da história desta produção, que já representou a principal economia do Brasil. Como era o trabalho na lavoura, como eram feitos os negócios com café. O prédio do museu se destaca no centro histórico da cidade. Atrai turistas, que na cafeteria da entrada, podem até apreciar o cafezinho brasileiro.
– A gente tem um público habitual, e esse público, que consome o nosso café, às vezes não dimensiona a importância que ele tem atualmente em termos gerais – diz a diretora técnica do Museu do Café, Marilia Bonas.
Quem visitar o museu do café nestes próximos dias vai conhecer mais que história. O pessoal organizou uma exposição sobre o mercado do café atualmente. A ideia é ressaltar a importância do produto no dia a dia do brasileiro e mais que isto, na economia do país. Segundo analistas, a exposição tem base numa estatística preocupante.
– A verdade é que há um equilíbrio muito precário entre a produção no Brasil, o mundo e o consumo mundial – afirma o analista de mercado Eduardo Carvalhaes Filho.
Conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o Brasil é responsável por 35% do café produzido no planeta. Exporta 33 milhões de sacas por ano para consumidores do primeiro mundo, e embolsa US$ 5,7 bilhões. No mercado interno, a indústria comemora o aumento de consumo, cerca 5% ao ano. A previsão para 2011 é de mais de 20 milhões de sacas, o que significa que cada brasileiro vai beber em torno de 85 litros de café este ano.
Outro dado da divulgado, é que não há Estado brasileiro que não produza café. Minas Gerais, em maior quantidade, chega a 25 milhões de sacas. Depois vem o Espírito Santo e São Paulo.
Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira deve chegar a 45 milhões de sacas neste ano, seis milhões a mais que em 2009, quando também ocorreu o chamado ciclo de produção mais baixa. Segundo Carvalhaes, o ritmo de crescimento da produção não acompanhou a demanda nos últimos anos, e os estoques mundiais estão acabando.
– Nos países produtores praticamente não existe mais estoque. E nos países consumidores os estoques estão muito baixos. Não chegam para três meses de consumo – informa.
Carvalhaes também é diretor de uma corretora de café. Ele conta que viu, no último ano, a cotação do produto dobrar na bolsa de Nova York. Saiu do US$1,50 por libra peso para US$ 3.
– A tendência é de bons preços para o café. A safra pode ser um pouco maior, o consumo um pouco menor. Nós temos que prestar muita atenção na economia do mundo. A tendência tanto em 2011 quanto em 2012 é de alta nos preços do café – esclarece.
A possível escassez de café não chega a preocupar a indústria. O diretor executivo da Abic, Natan Herszkowicz, acredita que os preços altos podem causar um efeito positivo no campo, estimulando a produção no ano que vem com cafés de melhor qualidade.
– Os melhores cafés vão ter que ser disputados. Disputa significa preço maior. Vai levar quem pagar mais. O brasileiro vai continuar tomando café a cada dia. Em média, 95% da população acima dos 15 anos toma café todo dia, e o que a gente deseja é que o Brasil continue sendo o país onde mais cresce o consumo de café no mundo.
A exposição no Museu do Café começou nesta terça, dia Nacional do Café, e vai até o dia 24 de junho.
CANAL RURAL