SILVA: variação vai depender da safra e do câmbio SARAH ELEUTÉRIO O preço do café poderá subir pelo menos 8%, para o consumidor final, até o início do próximo ano. De acordo com a Associação Pernambucana de Supermercados (Apes), a alta do produto dependerá da safra nas regiões produtoras, principalmente em São Paulo, e da estabilidade cambial. Com a insuficiência de chuva, no Sudeste do País, a produção do café está comprometida e alguns produtores já contabilizam perdas de até 20%.
“Esse impacto ainda não chegou nos supermercados. O café começou a sinalizar apenas pequenos aumentos, em menos de 3%, mas isso aconteceu devido ao aumento dos custos com embalagens”, disse o presidente da Apes, Geraldo José da Silva, afirmando que o controle se deve à queda da moeda americana. “O dólar caiu cerca de 8% nos últimos dois meses e está abaixo de R$ 2 (na última sexta-feira, a moeda estava a R$ 1,76). A queda da moeda não é favorável aos exportadores, que estão vendendo mais para o mercado interno”, explicou.
Caso o dólar volte a subir, segundo Silva, os produtores já não mais poderão segurar os preços do café, “mas, em Pernambuco, esse aumento deverá ficar em torno de 6% a 8%. Não é normal subir muito mais do que isso. O que aconteceu recentemente com o leite e o trigo foram casos atípicos”, disse o presidente da Apes.
Com o clima seco e a longa estiagem de mais de dois meses, em São Paulo, a safra do próximo ano pode estar comprometida, com perda estimada em torno de 5% para 2008.