Para disponibilizar mais uma alternativa tecnológica para secagem do café produzido pelo pequeno cafeicultor e contribuir para o aumento da renda e da produtividade por meio da oferta de café de melhor qualidade, a Embrapa Café acaba de lançar o Comunicado Técnico nº 5 “Secador Rotativo Intermitente: Projeto, Construção e Uso”. Os autores da publicação pertencem às seguintes instituições participantes do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café: Universidade Federal de Viçosa – UFV (Juarez de Sousa e Silva e Roberto Precci Lopes) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig (Douglas Gonzaga Vitor e Sérgio Maurício Lopes Donzeles).
A publicação detalha os componentes básicos do secador rotativo intermitente, também chamado de “secador Barra do Choça”. O nome é uma homenagem à cidade baiana de Barra do Choça, situada no Planalto da Conquista a 27 km de Vitória da Conquista e que tem 80% da sua atividade econômica na cafeicultura. Além disso, o município conta com uma das maiores concentrações de cafeicultores de base familiar no Brasil, sendo o clima local não favorável à secagem tradicional do café em terreiros (sobretudo com a colheita em período chuvoso).
Para melhor atender à realidade da localidade, projetou-se o pequeno secador, que pode ser usado também em outras regiões produtoras de café. Segundo a publicação, o projeto é compatível com a capacidade de investimento da grande maioria dos cafeicultores de base familiar, pode ser fabricado ou montado na região e, à semelhança do protótipo base, não necessita de pré-secagem em terreiros. Também permitirá produzir café de boa qualidade, independente das condições climáticas locais.
“Além de técnicas agronômicas, é importante realçar que somente a adoção de tecnologias de pós-colheita que funcionem de maneira simples e resultem em qualidade e baixo custo poderá contribuir para o aumento da produtividade e renda dos pequenos cafeicultores. A publicação mostra como o novo secador rotativo pode atender à cafeicultura familiar e ainda como modificações podem ser facilmente executadas nos secadores rotativos tradicionais, ambos sem a necessidade de grandes investimentos financeiros”, explica o professor Juarez.
Vantagens – Diferentemente dos secadores tradicionais, para uso do secador rotativo intermitente, o cafeicultor não necessita de grandes áreas de terreiro para a pré-secagem do café, ou seja, o produto pode vir direto do lavador (café natural) ou direto do descascador ou do desmucilador (cereja descascado) para a secagem mecânica quando as condições climáticas não forem favoráveis à pré-secagem em terreiros. Por ser um secador de pequeno porte, o cafeicultor pode programar melhor a colheita para aumentar a quantidade de frutos maduros. Quando o cafeicultor optar pela secagem com ar natural em silos-secadores, o secador pode funcionar como pré-secador. Além disso, o secador usa pouca energia elétrica para movimentar o cilindro secador e pode ser fabricado em oficinas modestas ou ter parte dos componentes adquiridos no mercado especializado em ferragens.
O Comunicado Técnico é parte do projeto de Transferência de Tecnologia de Pós-colheita do Café, financiado pelo Consórcio Pesquisa Café. Outras atividades como informação, treinamento e difusão da tecnologia completam o projeto.
Protótipo do secador – Será apresentado no 8º Encontro Nacional do Café a ser realizado em Vitória da Conquista nos dias 22 e 23 de julho. O protótipo, no entanto, poderá ser visto com antecedência no Departamento de Engenharia Agrícola – DEA da Universidade Federal de Viçosa – UFV a partir de junho.
Saiba como construir o secador rotativo intermitente consultando o Comunicado Técnico nº 5 “Secador Rotativo Intermitente: Projeto, Construção e Uso”.
Fonte: Gerência de Transferência de Tecnologia (Flávia Bessa – MTb 4469/DF)