Parceria entre Embrapa Café e Emater-MG realiza mais de 10 mil assistências técnicas em 206 municípios mineiros
A busca por cafés de qualidade aumenta cada vez mais no mercado mundial, incentivando a pesquisa científica a firmar parcerias que viabilizem soluções tecnológicas inovadoras para o desenvolvimento sustentável do agronegócio café brasileiro. E a qualidade do café depende de escolhas realizadas por todos os elos da produção, da semente à xícara. Ciente disso, a Embrapa Café, coordenadora do Consórcio Pesquisa Café, firmou convênio de cooperação técnica, executado em 2013 e 2014, com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais – Emater-MG para capacitação de técnicos e extensionistas em transferência de tecnologias a cafeicultores de Minas Gerais.
Resultados alcançados – Por meio dessa parceria, tecnologias sustentáveis desenvolvidas no âmbito do Consórcio Pesquisa Café foram transmitidas a 200 extensionistas da Emater em 2013 e 2014. Esses, por sua vez, repassaram o conhecimento técnico e científico adquirido para 3.550 cafeicultores de associações/cooperativas em 206 municípios do estado de Minas Gerais. No total, até o final do convênio, serão realizadas 10.650 assistências técnicas. O objetivo da ação conjunta entre Embrapa Café e Emater-MG é qualificar o serviço de cooperação técnica e extensão rural para o atendimento às demandas do mercado e dos produtores de café de Minas Gerais, de forma a promover o desenvolvimento da atividade no setor. Além disso, espera-se também que a parceria entre as instituições agregue qualidade ao produto e renda aos produtores de todos os portes.
Curso de fechamento do convênio foi realizado em outubro no campus da Universidade Federal de Lavras – Ufla. Em 2013, as metas foram 100% cumpridas e com economia de recursos, o que propiciou ampliar a parceria para 2014. Nesse primeiro ano de execução dos treinamentos, foram realizados cursos sobre tecnologias desenvolvidas no âmbito do Consórcio Pesquisa Café para 126 extensionistas, que transmitiram conhecimento técnico e científico para 2400 produtores e suas associações/cooperativas em 126 municípios do estado de Minas Gerais. Em 2014, mais 74 extensionistas foram capacitados (sendo 40 deles do Certifica Minas), que realizaram, por sua vez, em torno de 250 assistências técnicas para cafeicultores de 80 municípios que não participaram dos treinamentos do ano passado.
Os relatórios das assistências técnicas deverão dar subsídios para compreender o estado atual da cafeicultura mineira e das possíveis demandas por novas tecnologias, uma vez que trazem as dificuldades e necessidades dos cafeicultores em relação à transferência e adoção de tecnologias, informações sobre como estão sendo feitas a gestão das diferentes propriedades e ainda fomento para desenvolvimento de novas tecnologias para o setor.
Balanços das partes – O pesquisador da Gerência de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café Anísio José Diniz comenta que a parceria para transferência de tecnologia é essencial para promover a interação entre os setores de pesquisa e produção e fazer disseminar e aplicar tecnologias por meio de ações sistematizadas e focadas em prioridades de cada região produtora, ampliando os serviços de pesquisa, assistência técnica e extensão rural. “A parceria com a Emater-MG atingirá mais de 10 mil assistências técnicas para cafeicultores de 206 municípios do Estado de Minas Gerais. Esse canal de comunicação entre a pesquisa e os cafeicultores mantém-se ativo graças à capilaridade e competência dos técnicos do serviço de extensão rural, que fazem a ponte entre produção e pesquisa. Investir nesse trabalho é imprescindível para que pequenos e médios produtores tenham acesso aos avanços tecnológicos desenvolvidos pela pesquisa. Afinal, a tecnologia somente é tida como inovadora quando efetivamente adotada por aqueles para quem foi gerada”.
Para o Julian Carvalho, coordenador técnico estadual da Emater-MG, a parceria com a Embrapa Café foi muito produtiva, gerando resultados relevantes, pois completa o ciclo fundamental de fazer chegar os resultados das pesquisas desenvolvidas pelo Consórcio Pesquisa Café aos produtores de todo o Estado. Os extensionistas da Emater-MG serão multiplicadores dessas informações e tecnologias, que serão aplicadas e validadas no campo pelos produtores.
Alicerces, temas e recursos – Os treinamentos foram ministrados por professores da Ufla e pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – Epamig, Instituto Agronômico – IAC e Fundação Procafé e ainda representantes de outras instituições parceiras do Consórcio Pesquisa Café, sempre observando as boas práticas agrícolas e a gestão da atividade cafeeira previstas na Produção Integrada do Café Brasil (Instrução Normativa Mapa nº 49/2013) e os processos de sustentabilidade do Programa Certifica Minas Café.
Durante o convênio os extensionistas foram capacitados em diferentes temas, como manejo da cultura (aspectos edafoclimáticos e fitossanitários); produção de café de qualidade (colheita e pós-colheita); mercado; tendências para novas formas de consumo de café; certificação; Código Florestal e cafeicultura.
Os recursos para a execução dessa parceria por meio de convênio são provenientes do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira – Funcafé, em consonância com o Plano Estratégico para o Desenvolvimento do Setor Cafeeiro – PEDSC 2012/2015, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa.
O café em Minas – O Estado de Minas Gerais possui o maior parque cafeeiro (cerca de 1 milhão de hectares plantados) do País e responde por mais de 50% da produção brasileira de café. O agronegócio café, além de expressivo economicamente para o Estado, tem ainda grande importância social, pois gera mais de 4 milhões de empregos diretos e indiretos (FAEMG-2012). A safra de 2014 está estimada em cerca 22,6 milhões de sacas de café, das quais 10,7 milhões serão provenientes do Sul e Centro-Oeste de Minas; 5,6 milhões do Cerrado Mineiro (Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste); 5,3 milhões da Região da Zona da Mata, Rio Doce e Central e quase 0,76 milhão do Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri (Conab, Set/2014).