Consórcio Pesquisa Café destaca a importância dos Bancos de Gemoplasma

13/08 – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais destaca a importância em manter um Banco de Germoplasma com mais de 1.500 acessos e já obteve oito cultivares a partir do material genético conservado.


13 de agosto de 2012 – A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) mantém um Banco com 1.562 acessos catalogados trazidos da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O Banco vem sendo mantido com apoio do Consórcio Pesquisa Café e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).


Os Bancos de Germoplasma (BAG) são unidades físicas que guardam e mantêm materiais genéticos. Os chamados acessos são utilizados como matéria-prima para o melhoramento genético e também um modo de preservar variedades para o futuro. Os Bancos de Germoplasma de café são fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa cafeeira, na medida em que, com a caracterização de genótipos de interesse, contribuem para a obtenção de cultivares com características desejáveis de acordo com a necessidade das regiões produtoras.


Cultivares de café – Segundo o melhorista da Epamig e responsável pelo BAG, Antônio Alves Pereira, os estudos com germoplasma são prioritários para as pesquisas de melhoramento e para a manutenção da diversidade das espécies. A instituição já obteve oito cultivares (confira abaixo) a partir de genótipos de interesse identificados nos materiais genéticos de seu Banco de Germoplasma. Os trabalhos de caracterização dos acessos são focados em genótipos que manifestem resistência a doenças e pragas, como bicho-mineiro e ferrugem, e resultem em cultivares com qualidade da bebida.


Os sucessos alcançados com o melhoramento genético não descartam, contudo, a necessidade de mais recursos e pesquisadores especificamente para manutenção do BAG. Pesquisas com os acessos podem durar um período de 30 anos ou mais. A partir da caracterização do material genético, é possível realizar cruzamentos de acessos na busca de genótipos de interesse, obter novas cultivares e viabilizar demais pesquisas, inclusive de biotecnologia, com a contribuição de materiais genéticos.
“É difícil quantificar quanto de resultados já tivemos com o Banco de Germoplasma de café, mas todos os estudos buscam agregar valor à produtividade, resistência e qualidade”, destaca Antônio Alves. Além dele, o Banco da Epamig é ferramenta para o trabalho de seis melhoristas na instituição, sendo um deles pesquisador da Embrapa Café.


Investimentos – Segundo o coordenador da Coordenação de Acompanhamento e Promoção da Tecnologia Agropecuária (CAPTA/DEPTA/SDC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Roberto Lorena de Barros Santos, muitos dos Bancos de Germoplasma no Brasil se mantém utilizando parte de recursos destinados à pesquisa de melhoramento genético. Buscando novas estratégias para fortalecimento desses Bancos, Roberto fala sobre o objetivo do Ministério em destinar recursos federais específicos para os Bancos de Germoplasma. “Estamos criando uma câmara setorial que vai capitanear isso, reunindo representantes de outros Ministérios e levando a problemática também para o Congresso Nacional”.


Política Pública para Bancos de Gemoplasma – O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio da CAPTA/DEPTA/SDC, vem pensando uma política nacional para os Bancos de Germoplasma a partir de duas estratégias. A primeira consiste em apoiar e viabilizar a formação de redes regionais de curadores de Bancos de Germoplasma animal, vegetal e de microorganismos. O objetivo, diz o coordenador da CAPTA, é fazer com que, além de ter curadores, os Bancos interajam melhor, trocando informações e materiais, prestando apoio mútuo, tanto nacional quanto internacionalmente. “Queremos conscientizar que germoplasma é para circular, atentando para os instrumentos jurídicos que garantam a proteção dos materiais”, ressalta Roberto.


A segunda ação será a formação de uma plataforma digital nacional de recursos genéticos para alimentação e agricultura. Um sistema eletrônico que funcionará como um banco de dados com toda a descrição dos materiais existentes e números relacionados aos Bancos de Germoplasma no Brasil.


As pesquisas do Consórcio Pesquisa Café recebem recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Funcafé/Mapa).


 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.