Consórcio Cerrado das Águas anuncia o uso de espectrometria no mapeamento do Cerrado Mineiro

A partir deste mês de agosto, projeto que atua na preservação do bioma analisará com precisão o comportamento espectral da paisagem, indicando pontos de melhoria e entrega de diagnóstico assertivo; mais uma ferramenta para a produção sustentável

Restaurar paisagens é um investimento que contribui não apenas para a preservação do meio ambiente, mas também para mitigar as mudanças climáticas e promover economia florestal. Criado em 2015 em Patrocínio – MG, o Consórcio Cerrado das Águas, tem como uma das principais frentes de trabalho a preservação dos serviços ecossistêmicos da região do Cerrado Mineiro. 

Parte deste trabalho está ligado diretamente à conscientização e apoio aos produtores locais, com estratégias e diagnósticos desenvolvidas após uma análise minuciosa de cada área da bacia. E para orientar esse diagnóstico, o projeto conta com tecnologias de alta qualidade que auxiliam no mapeamento da bacia do córrego Feio. 

Após a utilização do uso de drones para fazer os levantamentos da vegetação nativa da bacia e desenvolvimento de um aplicativo  que auxilia a equipe de especialistas na fase de diagnóstico e avaliação das frentes de paisagens conectadas e práticas de agricultura climaticamente inteligentes, o projeto anuncia, a partir deste mês, o uso de imagens de satélite com resolução de 40 centímetros, ou seja, com alto nível de detalhamento, para aperfeiçoar o diagnóstico da vegetação do cerrado. Utilizando uma técnica já consagrada para zoneamento de áreas por similaridade do comportamento espectral que contribui para a interpretação das paisagens existentes na Bacia do Córrego Feio.

“O Cerrado é composto por várias tipologias vegetais que são representadas por distintos espectros, e a tecnologia permite delimitar em detalhes esses comportamentos da vegetação e entender, por exemplo, a porcentagem exata de cada tipologia vegetal e até avaliar os históricos de queimadas. Assim, podemos identificar as áreas que apresentam alguma perturbação com maior clareza e selecionar as estratégias de restauração que melhor se enquadrem com cada uma delas”, comenta Lina Inglez, consultora de restauração florestal do Consórcio Cerrado das Águas.

Sempre em busca de otimizar os diagnósticos e expandir sua atuação no Estado de Minas Gerais, o CCA acredita que o uso da espectrometria representa um avanço tecnológico que agiliza os levantamentos, dá maior precisão a eles, contribui para a redução dos custos e promove ganho significativo de tempo: “estamos muito satisfeitos em entender a bacia com mais detalhamento, alta definição das vegetações e, ainda, com o histórico da região”, explica Fabiane Sebaio, Secretária Executiva do Consórcio Cerrado das Águas. 

Além do maior alcance e precisão das informações reunidas, Alini Mancio, especialista de geoprocessamento, ressalta que a ferramenta permite identificar elementos que podem passar despercebidos: “quando unimos estas tecnologias de alta qualidade com conferências de campo por uma terceira pessoa, também evitamos vícios de leitura, de forma que todos os dados recolhidos podem ser ainda mais assertivos para a entrega do diagnóstico final”, conclui.

Para Fabiane, a tecnologia vem para complementar as práticas já realizadas pelo Consórcio Cerrado das Águas, ofertando maior agilidade na coleta de dados e monitoramento de impactos. “Dessa forma conseguimos entregar ao produtor um diagnóstico assertivo sobre as características e necessidades das propriedades, contribuindo  com a indicação das melhores estratégicas que proporcionarão  práticas agrícolas realizadas de maneira eficaz e sustentável, colaborando para a preservação da bacia como um todo”, finaliza Fabiane.

Para mais informações, acesse o site http://cerradodasaguas.org.br/ 

Sobre o Consórcio Cerrado das Águas

Criado em 2015, em Patrocínio – MG, o Consórcio Cerrado das Águas tem como objetivo conscientizar produtores da região sobre a importância de seus ativos ambientais por meio do diagnóstico e investimento nos mesmos, garantindo sua preservação a longo prazo. 

Em 2019, o projeto piloto recebeu do Fundo de Parcerias para Ecossistemas Críticos (CEPF) o valor de US$400 mil para implementar o programa que irá promover, inicialmente, o investimento e a proteção dos ecossistemas naturais encontrados em mais de 100 propriedades ao longo da bacia do Córrego Feio. A quantia é o maior subsídio já concedido pelo CEPF, que conta com exigentes doadores como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), União Europeia, Fundo Mundial para o Ambiente (GEF), Governo do Japão e Banco Mundial.

Além disso, o projeto conta com membros mantenedores Nescafé, Lavazza, Nespresso, IUCN, Conservação Internacional e Expocaccer e ainda com o apoio de parceiros de articulação como Cooxupé, CerVivo e Imaflora e parceiros contratados, Emater (manejo climático) e GH2O (manejo hídrico e monitoramento).

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