Conheça passo a passo do processo de cultivo e colheita do café

Visitamos uma fazenda em Bragança Paulista que exporta 80% da produção; 20% é destinado ao consumo doméstico

O café trouxe prestígio e poder político à nossa região, e foi com esse pequeno fruto que muitas riquezas de nossa terra foram conquistadas. Hoje, o grão deixou de valer ouro, mas continua enriquecendo paladares pelo mundo todo, e já que ele é tão presente em nossa vida, vamos mostrar todo processo de cultivo e colheita do café em um passeio por uma fazenda de Bragança Paulista.


Dos trilhos vieram a clássica economia que é cultivada desde o período da escravidão em uma fazenda na região Bragantina. Nosso ponto de partida é a colheita, realizada entre maio e agosto, depois de um estudo detalhado, como conta o gerente de relações comerciais, Rodrigo Anunciato. “A gente faz análises sensorias e químicas do café, para quando chegar o momento da colheita, os operadores de campo saibam corretamente em quais áreas deve entrar para colher os cafés”.


A lavoura fica na encosta da Serra da Mantiqueira, onde a temperatura fica em torno dos 25º, que é ideal para cultivar seis variedades. Em uma das áreas é colhido o café amarelo, e os grãos são muito bem selecionados, explica o gerente de campo José Adil Braggion. “Pegar fruto a fruto maduro, para se ter melhor qualidade de bebida. Não se deve deixar o fruto cair no chão, porque os frutos do chão podem ficar contaminados com gosto de terra, fermentação, aí não teria a melhor qualidade de bebida.” O operador de campo completa. “Se você quiser uma qualidade boa tem que ser assim, se você não colher um por um, não terá a qualidade que o mercado exige”.


Ao todo são dois milhões de pés espalhados em 360 hectares. Cada funcionário chega a colher 50 kg por hora, mas alguns tipos de grãos podem ser colhidos pela máquina, que retira uma tonelada por hora.


Todo esse trabalho é apenas uma etapa do longo caminho que o café tem que percorrer até a mesa do consumidor. Depois de colhidos, os grãos são lavados e uma parte deles, considerada nobre, fica por 15 dias neste terreiro suspenso para secar. Essa parte é fundamental para garantir a qualidade. “Os grãos ficam suspesos para unformizar, para que no momento da torra, os grãos fiquem uniformimente bem torrados, não tendo uma desigualdade de torra, interferindo no sabor e aroma”, conta Rodrigo.


O grão comum vai para o terreiro tradicional, e nos reservatórios o café faz uma longa parada. São 30 dias de descanso para preservar as características originais, e só então eles são separados da casca e embalados. Neste ano a safra deve ser de 300.000 kg, metade do que foi produzido no ano passado, isso porque a boa safra só acontece a cada dois anos. “Dos 100% total da colheita, 80% a gente exporta e o outros 20% que são também de qualidade de exportação a gente usa na nossa marca própria torrado em grão e torrado moído no mercado doméstico”, completa o gerente de relações comerciais.


Parte da produção destinada ao mercado interno vai para a torrefação. Três toneladas de café são torradas e vendidas por mês. Fim da linha, e o nosso passeio pelo tradicional aroma brasileiro termina em uma cafeteria no estilo das estações ferroviárias, uma bebida ideal para qualquer viagem.

Fonte: VNews | Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira

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