A broca-do-café, Hypothenemus hampei, é considerada uma das principais pragas do café no mundo. Esse inseto foi relatado em 1913 na região de Campinas/SP, estando hoje presente em todas as regiões produtoras de café do país.
13/09/2017 – O dano causado pelo adulto dessa praga do café é decorrente da alimentação (perfuração de frutos) e pelas galerias realizadas nas sementes onde colocam seus ovos. Quando as larvas eclodem, iniciam sua alimentação das sementes contribuindo para aumento do dano. Adultos de H. hampei podem atacar frutos de café em qualquer estágio de maturação, de verdes a maduros (cerejas).
A alimentação e oviposição de H. hampei nos frutos do café levam a uma série de prejuízos quantitativos e qualitativos. Os prejuízos quantitativos estão relacionados com a perda de peso dos grãos e queda dos frutos e os qualitativos, relacionados com a classificação e qualidade da bebida, ou seja, depreciam o produto final.
Os danos quantitativos da broca-do-café diminuem em média, 20% no peso do café beneficiado, o que corresponde a perda de 12 quilos em uma saca. Além de uma queda de até 13% dos frutos ainda no campo. Em 2015, com um aumento de 2% de grão atacados em relação à safra anterior, os prejuízos com essa praga chegaram a ordem dos R$ 7 milhões.
Segundo dados da Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé) em 2015, na região do cerrado mineiro, do total de café entregue por seus cooperados, a porcentagem de grãos de café broqueados chegou a 3,04% enquanto que, em 2016, o café broqueado ultrapassou os 6%.
A mesma tendência foi observada no café entregue pelos cooperados paulistas. Em 2015 foi registrado 1,15% de grãos broqueados, enquanto que, em 2016, foi registrado um aumento de 3% na incidência de grão atacados (total de 4,15%).
O ciclo de vida e comportamento dessa importante praga do café é diretamente influenciada pelo clima. Por isso, é muito importante saber que vários fatores climáticos podem contribuir para o aumento da população dessa praga do café, pois criam condições favoráveis para o estabelecimento desse inseto (acesse o post sobre microclima e saiba mais).
Sem dúvida, um dos fatores mais importante é a pluviosidade (chuva), principalmente na entressafra, que aumenta a umidade, favorecendo o desenvolvimento da broca-do-café. Já com estiagem na entressafra, espera-se uma menor população da broca nos cafezais. Além da chuva, plantio em baixadas e adensados, os quais apresentam maior umidade, também contribuem para o aumento da população de H. hampei.
Segundo o Prof. Dr. Luiz Henrique Costa Mota do Instituto Federal (IF-MG), Campus Almenara, que trabalha com a broca-do-café desde 2012, um dos maiores problemas relacionados ao aumento da população de H. hampei, sinalizado pelos cafeicultores mineiros, é a falta de opção de defensivos agrícolas eficientes indicados para o controle desse inseto, principalmente após a proibição do uso de produtos à base de endossulfan, o qual apresentava controle satisfatório desse inseto.
Dessa forma, é evidente a necessidade de métodos de controle eficientes e viáveis ao cafeicultor – tema abordado aqui no blog no post “Como controlar a broca-do-café?”.
Agora me diz, em quais condições/situações você tem observado o aumento dessa praga nos cafezais da sua região? Deixe seu comentário abaixo!