Concurso Café Qualidade revela capacidade da produção paranaense
(30/10/2009 14:41)
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Valter Bianchini, participou nesta quinta-feira (29) do encerramento do Concurso Café Qualidade Paraná 2009, que premiou os produtores que produziram café de melhor qualidade na safra deste ano. A solenidade de premiação ocorreu no município de Ribeirão do Pinhal, região Norte do Estado.
Segundo o secretário, a realização do concurso é uma etapa importante do programa de revitalização da cafeicultura no Estado, que tem ampla participação da Agricultura Familiar e reforça o Paraná como um grande produtor de café de qualidade, referência reconhecida pelo mercado.
A safra deste ano enfrentou diversas adversidades de clima e valor de mercado, mas mesmo assim os produtores paranaenses demonstraram que é possível produzir com qualidade. O mercado, por sua vez, reconheceu esse esforço e chegou a pagar até quatro vezes o valor de mercado para o café campeão do leilão realizado um dia antes do encerramento do concurso.
Bianchini destacou a importância da Agricultura Familiar na cafeicultura brasileira e paranaense. Segundo ele, o Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado recentemente, informa que 38% do café produzido no Brasil vem da Agricultura Familiar. E que 60% do café produzido no Paraná é oriundo da Agricultura Familiar. Além disso, 80% das propriedades com café são de origem familiar.
O secretário destacou ainda a importância da cafeicultura, que por ser uma cultura permanente ajudar a manter a biodiversidade. Por todos esses destaques e por ser uma cultura importante no projeto de diversificação da propriedade da agricultura familiar, o governo do Paraná conseguiu que o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) voltasse a financiar os investimentos na cafeicultura, disse Bianchini.
Reconhecendo as adversidades climáticas que prejudicaram a cafeicultura este ano, Bianchini aposta na reversão desse cenário e adianta que as expectativas para a safra de café 2010 são bem melhores. Ele acredita numa melhora do clima, disse que está crescendo o consumo interno de café e adiantou que o governo federal vai comprar café no ano que vem, ações que vão ajudar os produtores a superar as dificuldades enfrentadas nos últimos dois anos.
Por parte do governo do Paraná, ele apoia a atividade com a força da pesquisa, da assistência técnica e com um conjunto de políticas que auxiliam a Agricultura Familiar. Com isso, o cafeicultura paranaense se destaca por um modelo de cultivo que está resultando na qualidade da colheita. “Isso nós devemos à equipe técnica e da pesquisa que estão sempre discutindo como o produtor pode vencer as dificuldades e retornar para períodos melhores de produção e comercialização do produto”, disse Bianchini.
CONCURSO – O Concurso Café Qualidade Paraná vem sendo realizado há sete anos como forma de valorizar o café produzido com qualidade. Este ano, que teve como tema a qualidade com sustentabilidade, participaram 150 cafeicultores, dos quais 30 foram aprovados para a fase estadual. Desses, 16 foram a júri e 8 foram os classificados nas categorias café natural e cereja descascado.
Foram vencedores do concurso a cafeicultora Olivia Aparecida Fustinoni da Silva, de Mandaguari, na categoria café natural. E também o cafeicultor Tumoru Será, de Congonhinas, na categoria cereja descascado.
O cafeicultor Yassumassa Asami, de Marialva, foi o vencedor do leilão de compra do café promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic). Um lote de café de Asami foi vendido por R$ 1.003,00 a saca.
No leilão, os oito cafeicultores premiados venderam seus lotes de café por valores que variaram de R$ 422,00 a R$ 1.003,00 a saca, bem acima do mercado. Segundo um dos coordenadores do concurso, engenheiro agrônomo Paulo Franzini, do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o mercado está pagando em média R$ 250,00 a saca de café, valor que não cobre o custo de produção, avaliado em R$ 300,00 a saca.
O produtor Tumoru Será disse que utiliza tecnologia simples, barata e econômica em suas lavouras para conseguir elevar a produtividade e manter a qualidade do café. O produtor Yassumassa Asami disse que vai dividir o prêmio obtido com a venda do lote com os três funcionários fixos que tem na propriedade (19 hectares). “São eles que me trazem as informações da roça e assim eu consigo acompanhar todo o desenvolvimento das plantas. Eles são muito dedicados”, observou.
Segundo o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz, parte da crise que se abate sobre a cafeicultura nacional será superada com a ampliação da oferta de cafés de qualidade que tem mais valor de mercado.
As informações partem do Governo do Estado do Paraná, noticiou o Agrolink.
Fonte: Café e Mercado