Segunda avaliação da Conab para a safra de café 24/25 no Brasil projeta 42,11 milhões de sacas para o arábica e 16,71 milhões de sacas para o conilon.
Na última semana, a Conab divulgou sua segunda avaliação da safra 24/25 no Brasil: 42,11M scs de arábica e 16,71M de conilon. O relatório foi um pouco surpreendente em relação ao arábica, dado o aumento em comparação ao relatório anterior (+1,4M, ou +3%). A produção agora está 3,2M, ou 8% acima do resultado do ano passado. A Hedgepoint Global Markets analisa os resultados em novo relatório.
De acordo com Natália Gandolphi, analista de Café da Hedgepoint, “a Conab observou que a safra em Minas Gerais tem passado por várias flutuações climáticas desde setembro de 2023. As primeiras chuvas, em setembro, foram esparsas, seguidas por um período seco até novembro. De dezembro de 2023 a fevereiro de 2024, chuvas regulares e temperaturas amenas favoreceram o desenvolvimento das lavouras. No entanto, de fevereiro a março, a precipitação diminuiu significativamente em algumas regiões”.
“No Sul de Minas, houve um aumento na área de produção devido à recuperação das lavouras afetadas por geadas anteriores, mas a florada foi muito desuniforme, causando maturação irregular dos frutos. No Cerrado Mineiro, apesar das boas condições vegetativas, altas temperaturas e chuvas concentradas resultaram em falhas de uniformidade e queda de frutos. Na Zona da Mata, a florada desuniforme e precoce devido à seca levou a uma colheita com cerejas verdes e secas simultaneamente, complicando o processo de colheita, como observado pela Conab”, diz.
Portanto, mesmo apontando esses problemas, a Conab aumentou a produção de arábica (resultante exclusivamente de um acréscimo na produtividade).
Quanto ao conilon, apesar da estimativa estar abaixo da média do mercado, a Conab reduziu a projeção total em comparação à avaliação anterior (-626 mil sacas).
A agência observou que no Espírito Santo, a safra de café enfrentou desafios climáticos, incluindo chuvas irregulares e escassas combinadas com altas temperaturas. Ainda, o uso de práticas agrícolas avançadas e variedades clonais melhoradas resultou em uma previsão de melhora a/a na produtividade, apesar das condições adversas.
“As fazendas de café na Bahia, especialmente na região Atlântica, são predominantemente familiares, alcançando alta produtividade devido à ferti-irrigação eficaz e colheita semi-mecanizada, embora as recentes condições climáticas tenham causado baixos rendimentos iniciais e problemas de qualidade”, observa.
Segundo a analista, “em Rondônia, a Conab destacou que a região se beneficiou da adoção de variedades clonais de alto rendimento, resultando em maior uniformidade e produtividade, apesar das condições climáticas desfavoráveis, exigindo maiores esforços de irrigação para sustentar o desenvolvimento das lavouras”.
Em resumo, a segunda avaliação da Conab para a safra de café 24/25 no Brasil estima 42,11 milhões de sacas para o arábica e 16,71 milhões de sacas para o conilon.
A produção de arábica aumentou 3% em relação ao relatório anterior e está 8% acima do ano passado. Em Minas Gerais, flutuações climáticas causaram florescimento e maturação desuniformes dos frutos. A produção de conilon foi revisada para baixo em 626 mil sacas.
No Espírito Santo, houve chuvas irregulares e altas temperaturas, mas práticas avançadas garantiram uma previsão de recuperação na produtividade, segundo a agência. Condições climáticas irregulares também foram observadas na Bahia e em Rondônia.
O relatório da Conab contrariou a tendência atual de expectativas de redução, que refletiam uma maior proporção de grãos menores nos estágios iniciais da colheita. No entanto, o trabalho de campo ainda é incipiente, e uma visão mais clara do potencial total da safra será alcançada nas próximas semanas.
Acesse o relatório completo clicando aqui.
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