Conab prevê safra de café 2,3% menor neste ano

Por: Folha de S. Paulo

10/06/15


A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) manteve a projeção de produção de café em 44,3 milhões de sacas para este ano. Se confirmado, o volume registra queda de 2,3% em relação ao de 2014.


As estimativas da Conab se opõem às de outras instituições, que preveem volume bem maior. O Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), por exemplo, estima que a safra do Brasil vá ser de 52,4 milhões de sacas neste ano.


As estatísticas de produção de café certamente são as mais desencontradas nas lavouras do país. Apesar de os dados da Conab estarem subestimados, segundo parte do mercado, há quem indique uma safra ainda menor, perto de 42 milhões de sacas. De outro lado, há estimativas superiores às do Usda.


O certo é que as contas não fecham. O somatório dos dados de consumo interno da Abic (associação das indústrias) de 21 milhões de sacas por ano e os das exportações do Cecafé (conselho dos exportadores), próximos de 36 milhões de sacas, atingiriam 57 milhões.


O Usda vem estimando a safra brasileira acima de 50 milhões de sacas há quatro anos, enquanto a Conab só estimou uma safra superior a 50 milhões de sacas em 2012.


Os dados desta terça-feira (9) da Conab indicam que Minas Gerais, líder nacional, produzirá 23,6 milhões de sacas, 4,4% mais do que no ano passado. Desse volume, 23,3 milhões são de café arábica.


Já Espírito Santo, o segundo maior produtor nacional,somará 10,5 milhões de sacas, 18% menos do que em 2014. O Estado é líder na produção de café robusta.


A área de café em produção fica praticamente estável neste ano, em 1,94 milhão de hectares, mas a produtividade recua para 22,8 sacas por hectare, 2,1% menos do que em 2014.


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Exportações de café vão em direção ao recorde


O ano-safra do café ainda não acabou -vai de julho a junho-, mas as exportações caminham para novo recorde. As vendas já somaram 33,7 milhões de sacas de julho do ano passado a maio último, 8,2% mais do que no período anterior.


As exportações geraram receitas de US$ 6,4 bilhões, conforme dados do Cecafé. Considerados os dados dos últimos 12 meses -julho de 2014 a maio de 2015-, o volume exportado atingiu 36,7 milhões de sacas, enquanto as receitas somaram US$ 7 bilhões, 34% mais do que em igual período anterior.


Se o país avança no mercado externo de café em grãos, patina no de produto torrado e moído. As exportações desse segmento foram de apenas 0,1% das vendas totais de café nos últimos 11 meses.


Já os chamados “cafés diferenciados” -de melhor qualidade- já somam 15 milhões de sacas, com receitas de US$ 2,7 bilhões, segundo o Cecafé.

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