Conab fixa preço de saca do café e desaponta produtores

Por: Jornal da Cidade – Bauru

Para o descontentamento geral dos produtores de café, na semana passada, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) fixou em R$ 156,00 o preço mínimo da saca do tipo 7. O valor é 25,8% superior aos R$ 124,00 referentes à safra anterior, mas está bem longe dos R$ 320,00 reivindicados pelo setor.

“O ministro (Reinhold Stephanes) nos prometeu que vai rever os preços mínimos. Vai acionar a Conab, que vai ter que se explicar porque nossos custos dão acima de R$ 300,00”, explica Maurício Lima Verde, presidente do Sindicato Rural de Bauru e região e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp).

Conforme o JC já divulgou, a expectativa dos produtores era de que a Conab fixasse o valor em pelo menos R$ 300.00.Mas quem pensa que a possibilidade de revisão por parte da companhia é recebida só com festa pelo setor está enganado. Também traz apreensão porque o valor ainda baliza o pagamento de dívidas.

Pressionados por elas, os produtores brasileiros reivindicam ao governo federal o congelamento da dívida já contraída, além da possibilidade de trocá-la por sacas de café a serem pagas em 20 anos. Desse modo, voltariam a ter acesso a crédito.

Revisão

No contexto, até a revisão do preço mínimo por parte da Conab tornou-se uma preocupação extra para o segmento. O tempo despendido para o recálculo do valor mínimo pode retardar a negociação com o governo federal para o pagamento dos débitos.

Por conta da dificuldade, o segmento continuará mobilizado, explica Lima Verde. “Existe uma combinação entre os ministérios da Agricultura e da Fazenda, que (a União) vai comprar três milhões de sacas por cerca de R$ 300,00. Tem R$ 1 bilhão para isso, dentro do orçamento. Isso deve acontecer logo.

Nós vamos colher mais de 30 milhões e o governo só vai comprar três, mas já cria um parâmetro”, acrescenta Lima Verde.Na opinião dele, embora exista o parâmetro da Conab, ao estabelecer os R$ 300,00, o governo reconhece a impossibilidade em se manter a lavoura (cuja colheita está começando) com valor inferior aos R$ 300,00. “Tinha que ser R$ 320,00”, reitera.

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