SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. PRODUÇÃO E ÁREA 5
3. AVALIAÇÃO POR ESTADO
3.1. Minas Gerais 7
3.2. Espírito Santo
3.3. São Paulo
3.4. Bahia
3.5. Paraná 11
3.6. Rondônia 11
4. QUADROS E GRÁFICOS DOS RESULTADOS OBTIDOS NO LEVANTAMENTO
1. INTRODUÇÃO
No período de 16 a 29/11/2008, os técnicos da Conab e das Instituições com as quais mantêm parceria: Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural – INCAPER; Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S/A – EBDA; Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo – Coordenadoria de Assistência Técnica Integral – CATI – Instituto de Economia Agrícola – IEA; Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento do Paraná – SEAB – Departamento de Economia Rural – DERAL; Associação de Assistência Técnica, Extensão Rural do Estado de Rondônia – EMATER-RO; e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE; visitaram os Municípios dos principais Estados produtores de café (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Paraná, Rondônia e Rio de Janeiro que correspondem a 98,2% da produção nacional), realizando entrevistas e aplicando questionários junto aos informantes previamente selecionados, objetivando a realização do terceiro levantamento da produção da safra de café de 2008.
Deste exposto, a Conab agradece aos seus parceiros e à todos aqueles que, direta ou indiretamente, participaram desse trabalho.
2. PRODUÇÃO E ÁREA.
A primeira estimativa de produção total de café (arábica e conilon), para a safra 2009, indica que o País deverá colher entre 36,9 e 38,8 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado.O resultado dessa primeira pesquisa representa uma redução entre 19,8% e 15,6%, quando comparada com a produção de 46,0 milhões de sacas obtidas na temporada anterior.
A maior redução se dará na produção de café arábica, com queda entre 24,3% e 20,4%, (redução entre 8,62 e 7,23 milhões de sacas). Para a produção do Robusta (Conilon), a previsão aponta, desde uma redução de 4,5%, a um crescimento de 0,4%, ou seja, redução de 472,0 mil a um aumento de 39 mil sacas.
Os principais fatores responsáveis pela redução na produção são os seguintes:
1 – ciclo de baixa bienualidade na maioria das áreas de café arábica;
2 – regime de chuvas bastante irregular e temperaturas elevadas;
3 – menor investimento nos tratos culturais diante do alto custo de produção e,
4 – intensificação de práticas culturais como podas (esqueletamento e recepas).
A produção do café arábica representa 74,6% (26,8 a 28,3 milhões de sacas de café beneficiado) da produção do País, e tem como maior produtor o Estado de Minas Gerais, com 66% (17,7 a 18,6 milhões de sacas de café beneficiado).
O café conilon (robusta) participa da produção nacional com 25,4% (10,0 a 10,5 milhões de sacas de café beneficiado). O Estado do Espírito Santo se destaca como o maior produtor dessa variedade, com 69,1% (6,9 a 7,3 milhões de sacas de café beneficiado).
A área total cultivada com café (arábica e conilon) está estimada em 2.350.779 hectares, 0,5% inferior à safra passada, o que corresponde a uma redução de 11.903 hectares. Desse total, 9,7% (228,2 mil hectares) estão em formação e 90,3% (2.122,6 mil hectares) estão em produção.
3. AVALIAÇÃO POR ESTADO
3.1 – MINAS GERAIS
Diferentemente do ocorrido no ano de 2007, quando as principais regiões produtoras do estado passaram por um longo período de estiagem, as condições climáticas ocorridas na fase de floração e frutificação são mais favoráveis, se comparadas ao mesmo período do ano anterior.
Entretanto, alguns municípios da região Sul e Centro-Oeste foram castigados com chuvas de granizo, obrigando os produtores a realizar diversos tipos de podas. No cerrado mineiro, apesar das condições se apresentarem mais favoráveis em relação à safra anterior, o regime de chuvas tem se mostrado bastante irregular, com chuvas localizadas de intensidade variável e temperaturas bastante elevadas. As primeiras chuvas ocorreram em meados de setembro proporcionando o surgimento das primeiras floradas.
De maneira geral, a partir do mês de novembro, observou-se uma maior regularidade das precipitações nas diferentes regiões produtoras.
As lavouras, como um todo, se encontram em bom aspecto vegetativo e nutricional. As ocorrências fitossanitárias relatadas até o momento não são relevantes. As floradas foram consideradas como razoáveis, assim como o percentual de vingamento das flores, ocorrendo baixos índices de abortamento. Estas lavouras se encontram predominantemente na fase inicial de frutificação. No entanto, mesmo com boas condições, neste momento ainda é precipitado avaliar se haverá abortamento de chumbinhos, uma vez que a carga produtiva das plantas no estágio atual é considerada boa por se tratar de ano de carga baixa, e por desconhecimento quanto aos desdobramentos climáticos e os tratos culturais a serem aplicados a partir do mês de dezembro, com o objetivo de racionalizar os trabalhos para a próxima safra, e também face os altos custos dos fertilizantes, muitos cafeicultores aproveitaram para intensificar as podas (esqueletamento, recepa, etc.) em suas lavouras.
Portanto, para a safra 2009, estima-se uma produção entre 17.939 e 18.858 mil sacas de café beneficiados, sinalizando uma redução entre 23,9% e 20,0% em relação ao montante colhido na safra anterior. A área em produção deverá ser de 1.007,26 mil ha, representando uma redução média de 3,95% em relação à safra passada, sendo mais acentuada nas regiões Sul e Centro-Oeste com uma redução estimada de 6,68%.
Esta redução da área em produção se deve basicamente à adoção e ampliação de práticas de podas, erradicação e abandono de lavoura. A bienalidade da cultura, que este ano é de baixa, constitui-se na principal causa de redução da safra de 2009 em Minas Gerais. Existe uma preocupação no setor cafeeiro de que a alta dos insumos, a escassez de recursos e as dificuldades de acesso ao crédito, que se tornou mais seletivo, em razão da crise financeira internacional, devem comprometer, pelo menos parcialmente, os investimentos nos tratos culturais das lavouras.
Importante ressaltar que, neste levantamento de safra, o IBGE realizou, separadamente, a avaliação de café arábica e café conilon e, foi estimada uma área em produção de 14.138 ha para o café conilon, sendo que 99,0% encontram-se na região do Vale do Rio Doce, concentrando-se 76,8% nos municípios de Mantena, Conselheiro Pena, Nova Belém e Santa Rita do Itueto e, o 1,0% restante nas regiões da Zona da Mata, Jequitinhonha e Mucuri.
Com esta informação, adotou-se a área estimada pelo IBGE para o café conilon, e estimou-se a quantificação da produção, conforme metodologia adotada pela Conab.
3.2 – ESPÍRITO SANTO
A primeira estimativa da safra cafeeira, do Estado do Espírito Santo, para 2009 (entre 9.239 e 9.714 mil sacas de café beneficiadas), indica decréscimo médio de 7,35% na produção, em relação à safra anterior (10.230 milhões de sacas).
A redução nessa primeira expectativa de produção deve-se, sobretudo, ao efeito negativo da bienalidade (ano de baixa safra), para o café arábica, bem como a seca generalizada, no período de maio a novembro de 2008, por dois anos consecutivos, em todo o Estado, afetando, principalmente, as lavouras de café Conilon das regiões Sul e Noroeste do Espírito Santo.
Em função do acelerado processo de renovação de lavouras em todo o Estado, antes do citado fenômeno climático, esperava-se que as produções de café arábicas e de café conilon em 2009 fossem muito superiores a de 2008. Com esta seca, associada à falta de água para irrigação e com os preços elevados dos insumos, principalmente dos adubos, houve grande desfolhamento de plantas, com problemas no florescimento, fertilização de flores e pegamento de fruto, provocando, assim, reflexo negativo na produção, com frustração na expectativa de safra daquele Estado.
CAFÉ CONILON
Para a primeira estimativa de safra 2009 de conilon, a produção foi estimada entre 6.928 e 7.284 mil sacas, ou seja, decréscimo entre 5,9% e 1,1% em relação à safra 2008, que foi de 7.363 milhões de sacas de café beneficiadas.
Existia uma expectativa de produção muito superior ao do ano de 2008, devido aos tratos culturais, adubações, poda, desbrota, controle de ervas daninhas irrigação e renovação do parque cafeeiro com maior uso de tecnologias feito pelos produtores. A “frustração” da safra, mesmo com os preços considerados adequados, deve-se à seca no período de maio a novembro de 2008, por dois anos consecutivos (2007 e 2008), em todo o Estado.
As lavouras, mesmo em quantidade expressiva renovada e revigorada, e bem enfolhadas, sofreram desfolhas pela deficiência de chuvas e de irrigação, por faltar água em muitas propriedades. Tal situação, associada aos elevados preços dos insumos, principalmente dos adubos, levou a problemas no florescimento, fertilização e enchimento de grãos, principalmente nas lavouras localizadas nas regiões Sul e Noroeste do Estado (regiões que possuem menor número de lavouras irrigadas), trazendo reflexos negativos na produção, e também, provocando frustração na expectativa esperada de safra.
Mesmo com a citada seca, as chuvas atuais vêm amenizando o problema e provocando boa recuperação das lavouras. Registra-se que as lavouras apresentam capacidade de responderem ainda mais à produção. Para tal, ainda persiste a necessidade de bons preços, uma vez que os produtores se encontram em recuperação de suas capacidades de investimentos.
Os produtores mais capitalizados certamente realizarão manejo, poda colheitas, adubações, controle de ervas daninhas, irrigação, entre outras tecnologias, revertendo, desta forma, em maiores produtividades, uma vez que as lavouras têm sido renovadas com variedades e outras tecnologias associadas, as quais, com certeza, poderão contribuir para aumentar, de forma significativa, a produção de café conilon, no Estado do Espírito Santo.
CAFÉ ARÁBICA
Para a primeira estimativa de safra 2009, a produção foi estimada entre 2.311 e 2.430 mil sacas de café beneficiadas, (19,4 a 15,2% inferior à produção de 2008, que foi de 2.867 mil sacas). No período de maio a novembro de 2008, houve seca e/ou distribuição irregular de chuvas em importantes regiões de produção do Estado, a exemplo, a região do Caparaó.
A seca, associada ao efeito da bienalidade (ano de baixa produção) e, aos altos custos de produção, impulsionados, principalmente, pelos preços dos insumos, e dos adubos, bem como a baixa remuneração recebida pelos cafeicultores na venda de seu produto, levará a uma redução significativa da safra.
Registra-se que o parque cafeeiro de arábica apresenta potencial para aumento significativo da produção mas necessitando, principalmente, de ser renovado, já que se encontra envelhecido.
Como reflexo da descapitalização dos cafeicultores, em função dos preços baixos, os produtores têm realizado as adubações, o controle de pragas e de doenças, entre outras práticas ainda insuficientes, levando a produtividade média estadual a continuar ainda baixa.
Verifica-se a maior concentração da colheita de café no Espírito Santo, nos meses de maio, junho e julho. Aproximadamente 84% da colheita do café arábica se realizará nos meses de maio e agosto e, mais de 89% da colheita de café conilon, nos meses de maio e de junho.
3.3 – SÃO PAULO
Nesta primeira estimativa a área cultivada com café é de 190,3mil hectares, sendo que 5,5% (10,4 mil hectares) estão em produção e 94,5% (179,9 mil hectares) de área em formação.
A previsão de produção do Estado é entre 3.302 e 3.415 mil sacas de café beneficiadas, ficando entre 25,3 e 22,7% menor que a safra de 2008.
O fato se deve, basicamente, à bienualidade negativa para a maioria dos cafezais, aliada ao menor investimento por parte dos produtores, causado pelo alto custo do insumo, somado ao baixo preço do produto nas cotações de mercado, principalmente porque no Estado de São Paulo o café plantado é exclusivamente o arábica.
3.4 – BAHIA
A área de café no Estado da Bahia, para a safra 2009, é de 5.334 hectares em formação e, 126.705 hectares em produção, totalizando 132.039 hectares.
Nesta safra, a produção poderá atingir entre 1.963 e 2.053 mil sacas, sendo inferior à safra anterior entre 8,3% e 4,1%. Desse total, a produção do café Arábica poderá atingir entre 1.437 e 1.495 mil sacas, enquanto que o Robusta (Conilon) entre 526 mil e 558 mil sacas de 60 quilos.
As regiões produtoras de Arábica vêm refletindo os efeitos das temperaturas mais elevadas e das chuvas que só agora se iniciaram, aliadas ao aumento de áreas podadas e um menor volume de insumos aplicados, devido a elevação dos seus preços, apresentando, desta feita, uma tendência de queda na média de produção para a safra do ano 2009.
Com relação ao café Conilon, o seu preço tem estimulado um incremento de áreas novas em implantação na região, porém, o elevado custo dos insumos, aliado ao período de quase quatro meses sem ocorrência de chuvas, tem promovido uma perda estimada em 20% na formação dos frutos (abortamento), implicando numa previsão de uma safra menor em 2009, em relação à colhida em 2008.
3.5 – PARANÁ
Neste primeiro levantamento de previsão para a safra 2009, observa-se uma pequena redução na área total cultivada (0,8%) devido a erradicação de áreas improdutivas logo após a colheita de 2008, especialmente na região do Arenito Caiuá (Núcleos Regionais da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Umuarama-SEAB, Paranavaí, e parte de Maringá).
A área em produção para a próxima safra também será 3,9% menor em relação à colhida neste ano de 2008; em números absolutos 3.820ha, por conta especialmente do aumento de lavouras que foram manejadas com podas (esqueletamento). Este manejo é normal para as áreas mais adensadas a cada três anos e logo após uma colheita cheia, mas também ocorreu em maior escala com o objetivo de renovar as lavouras e de reduzir o custo de produção diante de uma perspectiva de safra baixa em 2009. As lavouras podadas terão potencial de produção em 2010.
De acordo com este primeiro levantamento, a produção para a próxima safra deverá sofrer quebra de até 36,7%. É normal se considerado o ciclo de baixa produção para 2009, mas, elevado, devido ao menor investimento nos tratos culturais diante do alto custo de produção.
Estima-se que haverá incremento nos plantios de novas áreas durante o primeiro semestre de 2009, com o apoio do Programa de Produção de Mudas pela SEAB, com isso deverá ocorrer a reposição da quantidade de áreas recém erradicadas, e até mesmo o aumento da área total do Estado.
3.6 – RONDÔNIA
O parque cafeeiro, do Estado, é da ordem de 289,46 milhões de covas, incluindo cafezais em produção (155.972ha), e em formação (7.045 ha).
Na situação atual, os dados referentes à 1ª estimativa indicam que haverá uma queda da safra a colher em 2009, em relação à safra colhida em 2008, entre 6,6% e 2,8%, devido a veranicos e as elevadas temperaturas registradas por ocasião da floração do café, em alguns municípios do Estado. A primeira previsão para a safra 2009 indica um volume entre 1.753 e 1.824 mil sacas de café beneficiado.
4 – QUADROS E GRÁFICOS DOS RESULTADOS OBTIDOS NO LEVANTAMENTO
Baixe o arquivo com a previsão completa
Previsao safra Conab janeiro 2009