17/09/2014 – Apesar da estiagem que atinge o Sudeste brasileiro desde o verão, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) elevou levemente sua projeção para a produção brasileira de café na temporada 2014/15. O número divulgado ontem, no 3º levantamento sobre a safra, é de 45,1 milhões de sacas de 60 quilos. No 2º levantamento, publicado em maio, a Conab projetara produção de 44,57 milhões de sacas de café.
Entretanto, na comparação com a safra 2013/14, quando 49,15 milhões de sacas foram colhidas no país, a estimativa é 8,16% inferior. Com esse resultado, quebra-se a tendência de crescimento da produção que, desde a temporada de 2005, vinha se observando nos ciclos de alta bienalidade (maior rendimento). O número também é inferior ao da última safra, que foi de baixa bienalidade.
A produção estimada de café arábica agora é de 32,1 milhões de sacas, ante 32,23 milhões de sacas na previsão anterior. Na comparação entre as safras, a redução na estimativa é de 16,1%. O arábica é responsável por 71,2% do total de café produzido no Brasil.
“Os motivos para a menor produção são a forte estiagem verificada nos primeiros meses do ano, a inversão da bienalidade em algumas regiões, como na Zona da Mata mineira, e também as geadas que atingiram o Estado do Paraná em 2013”, diz a Conab no levantamento.
Por outro lado, a Conab elevou em 5,43% a estimativa de colheita do café conilon (robusta), para 13 milhões de sacas em 2014/15. Em maio, a projeção era de 12,33 milhões de sacas. A renovação e o revigoramento da produtividade, além das condições climáticas favoráveis no Espírito Santo (maior Estado produtor da espécie), são responsáveis pela estimativa de alta de 19,9% na comparação com a safra passada.
A Conab manteve a estimativa de plantio de 2,2 milhões de hectares, o que representa uma queda de 3,9% na comparação com a área do ciclo passado. Minas Gerais continua responsável pela maior área destinada ao café, com 1,2 milhão de hectares estimados e predomínio da espécie arábica, que ocupa 98,8% da área total do Estado. Isso representa 53,6% da área cultivada no país.
Fonte:Fernanda Pressinott; Valor Economico.