A safra brasileira de café em 2019, cuja colheita já está encerrada, deve alcançar 49,31 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa uma diminuição de 20% em comparação com 2018, que foi recorde de 61,66 milhões de sacas.
São Paulo, 17 – Os números fazem parte do 4º Levantamento de Café de 2019 da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira, 17.
Em relação ao terceiro levantamento, de setembro, houve aumento de 0,65% (320 mil sacas). Na terceira previsão, a Conab estimava produção nacional de 48,99 milhões de sacas. “Com a consolidação da safra 2019, confirmou-se a expectativa de produção menor que àquela apresentada no ano anterior”, diz a Conab em boletim.
Conforme a estatal, a redução da safra 2019 pode ser atribuída principalmente à influência da bienalidade negativa do café arábica somada à diminuição da área destinada à produção. A produtividade média é de 27,2 sacas por hectares, 17,8% menor em relação a 2018. “Intempéries climáticas ocorridas em regiões de maior produção também prejudicaram o desenvolvimento das culturas”, explica a estatal.
A área total cultivada atingiu 2,13 milhões de hectares. Em comparação com a safra 2018, houve redução de área para a espécie arábica e para o conilon, em um total de 1,2%. Atualmente, cerca de 85% do café encontra-se em produção e 15% em formação.
Com relação à espécie arábica (cerca de 70% na safra nacional), a produção está estimada em 34,3 milhões de sacas, com uma redução de 27,8% ante 2018 (47,48 milhões de sacas).
Já o conilon alcançou 15 milhões de sacas colhidas, com um aumento de 5,9% em relação ao ano de 2018 (14,17 milhões de sacas).
A área do arábica soma 1,73 milhão de hectares, com uma queda de 0,9%, e a do conilon ocupa 398,8 mil hectares, redução de 2,5%. A maior parte da área é ocupada pela espécie arábica, com 81% do espaço total.
Minas Gerais é o Estado que concentra a maior produção do café arábica. Houve diminuição de área nas principais regiões produtoras, como sul, centro-oeste, cerrado, zona da mata e norte do Estado. A produção também recuou, atingindo 24,55 milhões de sacas. No Espírito Santo, maior produtor do conilon, ocorreu queda que chegou a 13,5 milhões de sacas e uma produtividade média de 34,27 sacas/hectares.
O efeito da bienalidade negativa prejudicou outros Estados produtores. Em São Paulo, com predominância do arábica, a produção deve ficar em 4,34 milhões de sacas; Bahia (3 milhões); Rondônia, com destaque para o conilon (2,2 milhões); Paraná (953 mil), Goiás (249 mil); Rio de Janeiro (245 mil); e Mato Grosso (121,4 mil).
Fonte: Q10/Estadão Conteúdo