13/12/2010 13:12:00 – Focando
Despesas das quais você antes não abria mão, viram no longo prazo uma possibilidade de aumentar seu patrimônio
Você afirma que o pão na chapa e a xícara de café na padaria perto do trabalho são indispensáveis? A correria te impossibilita de comer antes de sair de casa e poupar os trocados diários? A partir de agora, passe a prestar atenção a hábitos como este e pense nos investimentos que podem ser feitos. A especialista em Finanças Pessoais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-RJ), Sheila Maia, afirma que alguém que reconheça ter gastos extrapolados deve inicialmente identificá-los para serem cortados ou adiados, ajustando o orçamento. Com maior controle sobre as despesas, ela diz que o indivíduo compreende a dinâmica do valor do dinheiro ao longo do tempo e dispensa um consumo no curto prazo. “Isso significa um maior poder de compra no futuro, pela possibilidade de aplicar a renda presente em algum investimento.”
Quer exemplos simples?
-Refrigerante – você compra um a R$ 3,00 todos os dias. Se decidir segurar a vontade, no mês economizará R$ 90,00. E se esses mesmos R$ 3,00 fossem aplicados na poupança, juntaria durante 30 anos o total de R$ 90.406,35.
-Pão na chapa (R$ 1,50) + café (R$2,50) = R$ 4,00. Se o bom e velho café da manhã fosse tomado em casa, durante 20 dias no mês já somariam R$ 80,00. Durante 30 anos, depositados religiosamente a cada mês na poupança, seria um apartamento simples, R$ 80.361,20.
A especialista fez os cálculos a partir do rendimento apenas da poupança, que é menor do que muitas aplicações, porém menos arriscada. “O investidor que entende mais de aplicações e tem tempo para acompanhá-los pode conseguir retornos bem superiores ao longo desses anos.”
Mas antes de sair por aí cortando todos os gastos, Sheila afirma que é interessante avaliar sua disposição para abrir mão de certos confortos. Um casal que deixe de sair para jantar duas vezes no mês, pode economizar R$ 200,00. No longo prazo pode servir para comprar um imóvel ou dar de entrada. “Todas as atitudes no sentido de gastar menos e poupar mais devem estar atreladas ao perfil de cada pessoa.”
Seria o caso de querer cortar custos pegando carona para o trabalho. O gasto com transporte pode reduzir pela metade, segundo a especialista. “Essa economia tem o ônus de uma perda de privacidade. Portanto, este valor bem trabalhado pode resultar em uma viagem de final de ano ou em uma aposentadoria um pouco mais confortável”, diz. Para quem está disposto a controlar os excessos e quer investir, precisa se planejar. “Não basta ter dinheiro para aplicar”, fala Sheila sobre a necessidade de compreender a economia e se dedicar à administração dos investimentos.