Os preços das commodities subiram um pouco com o potencial risco inflacionário que se desenha para o futuro e com a desvalorização acentuada do dólar americano, o que é, obviamente, muito importante para o Brasil.
Dólar fraco, petróleo e ações em alta empurraram as commodities para cima e com elas o açúcar (uma variação de 152 pontos ou pouco acima de 33 dólares por tonelada) e o café, que também aproveitou a maré alta e valorizou 5.49% em NY e 4.96% em São Paulo.
“Em açúcar, o volume de negócios em NY cresceu extraordinariamente. Estima-se que a posição em aberto tenha crescido 40.000 contratos, ou seja, dois milhões de toneladas somente na semana passada”, analisa Arnaldo Corrêa, da Archer Consulting.
Os principais compradores na bolsa foram os fundos, que já injetaram novos 12,1 bilhões de dólares nas commodities neste ano, muito embora apenas 461 milhões foram para os mercados agrícolas.
“Mas para o Brasil, o agronegócio representa 35% do PIB brasileiro e a previsão é de que os preços dos produtos agrícolas continuem crescendo, o que é muito importante para o País. No entanto é possível que os grandes importadores diminuam seus volumes, o que deve impactar na performance das exportações de commodities, principalmente soja e metais”, analisa o consultor da Archer.
De qualquer forma, segundo ele, o Brasil ainda poderá encontrar nas commodities agrícolas um bom alicerce para atravessar a crise. “O Brasil tem um grande potencial agrícola aliada a grande competitividade, principalmente o açúcar que, em virtude do déficit mundial provocada pela redução de 13 milhões de toneladas na produção da Índia, deve ter uma grande oportunidade ainda este ano”, completa Arnaldo.