Commodities mudam o mapa da exportação por estados

21 de janeiro de 2007 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: 20/01/2007 09:01:13 - DCI

O resultado da balança comercial de 2006 por estado, divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), mostrou que esse foi o ano das commodities mexerem no mapa dos ganhos. Minas Gerais, São Paulo e Pará tiveram as melhores balanças comerciais do país, respectivamente. O maior destaque foi o Rio de Janeiro que aumentou sua saldo comercial de US$ 1,49 bilhões para US$ 4,19 bilhões, saltando da décima para a quarta melhor balança.


“Foi um ano de recorde na balança comercial do País, mas a análise dos estados depende muito do produto. O Rio de Janeiro certamente avançou por conta da alta do petróleo e São Paulo foi muito beneficiado por centralizar as exportações de álcool”, diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
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Minas Gerais se manteve como a melhor balança comercial do país, com a boa receptividade dos minérios no mercado internacional. O minério de ferro, produto mais vendido, arrecadou US$ 3,59 bilhões em exportação para o estado. O café também foi um produto chave, alcançando US$ 2,09 bilhões.


Apesar de ser o maior estado exportador brasileiro, São Paulo manteve-se na segunda colocação no saldo comercial. Entre seus principais produtos, destacam-se o açucar de cana, aviões e veículos, além de telefones celulares — que tiveram um aumento de vendas em 77%, alcançando US$ 1,73 bilhões em exportação. A terceira melhor balança comercial do país foi do Pará, outro forte produtor de minérios.


O Rio de Janeiro expandiu as vendas internacionais em 2006 e conquistou a quarta melhor balança comercial. As exportações atingiram US$ 11,46 bilhões, valor 40% superior ao ano de 2005. Também apresentou um superávit recorde de US$ 4,19 bilhões.


O bom desenvolvimento deve-se, em grande parte, ao desempenho da indústria petroquímica, responsável por uma participação de 65,7 % nas vendas fluminses. Segundo o gerente de Pesquisas Econômicas da Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Caerj), Mario Augusto Scangarelli, as exportações do estado vem aumentando desde 2000, sendo que a partir de 2004 passou a manter o superávit. “A valorização das commodities, sobretudo do petróleo, impulsionou a exportação e levou a um resultado expressivo, mas ainda temos poucas indústrias com alto valor agregado”, destaca o gerente, que aposta no crescimento da indústria naval.


O surto de gripe aviária prejudicou a exportação de alguns estados produtores de frango, como Santa Catarina e Paraná. O ano também foi de queda para os produtores de manufaturados, como a Amazônia. Já no setor de agronegócios, a soja apresentou leve queda de preço no início do ano passado.


“Mesmo sem quedas expressivas, os agricultores compraram os insumos necessários para a produção com uma taxa de câmbio alta, que caiu na hora de vender o produto”, destacou Castro.


O Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Ceará, Sergipe e Maranhão, fecharam o ano com déficit. O Mato Grosso do Sul — que até 2005 apresentava superávit —, teve suas exportações prejudicadas pelo embargo internacional a carne bovina brasileira, um de seus principais produtos de exportação.


Para a AEB, a previsão de crescimento nas exportações em 2007 é de 0,5%. “Estaremos pautados pelas commodities novamente. Só com o minério de ferro a previsão é de exportar US$10,3 bilhões. Já os manufaturados devem cair, assim como os derivados de petróleo, o álcool e açúcar”, prevê o vice-presidente da AEB.


Michel Alaby, presidente da Associação de Empresas Brasileiras para Integração de Mercados (Adebim), faz avaliação semelhante. Para ele, a exportação de produtos agroindustriais deve crescer de 12% a 15%, enquanto os manufaturados sofrerão com a competição externa. “O mercado mundial precisará de matéria prima”, avalia o especialista em comércio exterior.
 
 

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Commodities mudam o mapa da exportação por estados

19 de janeiro de 2007 | Sem comentários Comércio Exportação
Por: 19/01/2007 09:01:53 - Aduaneiras

Commodities


O resultado da balança comercial de 2006 por estado, divulgado pelo Mdic – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, mostrou que esse foi o ano das commodities mexerem no mapa dos ganhos. Minas Gerais, São Paulo e Pará tiveram as melhores balanças comerciais do país, respectivamente. O maior destaque foi o Rio de Janeiro que aumentou sua saldo comercial de US$ 1,49 bilhões para US$ 4,19 bilhões, saltando da décima para a quarta melhor balança.
“Foi um ano de recorde na balança comercial do País, mas a análise dos estados depende muito do produto. O Rio de Janeiro certamente avançou por conta da alta do petróleo e São Paulo foi muito beneficiado por centralizar as exportações de álcool”, diz José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB – Associação de Comércio Exterior do Brasil.
Minas Gerais se manteve como a melhor balança comercial do país, com a boa receptividade dos minérios no mercado internacional. O minério de ferro, produto mais vendido, arrecadou US$ 3,59 bilhões em exportação para o estado. O café também foi um produto chave, alcançando US$ 2,09 bilhões.
Apesar de ser o maior estado exportador brasileiro, São Paulo manteve-se na segunda colocação no saldo comercial. Entre seus principais produtos, destacam-se o açucar de cana, aviões e veículos, além de telefones celulares — que tiveram um aumento de vendas em 77%, alcançando US$ 1,73 bilhões em exportação. A terceira melhor balança comercial do país foi do Pará, outro forte produtor de minérios.
O Rio de Janeiro expandiu as vendas internacionais em 2006 e conquistou a quarta melhor balança comercial. As exportações atingiram US$ 11,46 bilhões, valor 40% superior ao ano de 2005. Também apresentou um superávit recorde de US$ 4,19 bilhões.
O bom desenvolvimento deve-se, em grande parte, ao desempenho da indústria petroquímica, responsável por uma participação de 65,7 % nas vendas fluminses. Segundo o gerente de Pesquisas Econômicas da Caerj – Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro, Mario Augusto Scangarelli, as exportações do estado vem aumentando desde 2000, sendo que a partir de 2004 passou a manter o superávit. “A valorização das commodities, sobretudo do petróleo, impulsionou a exportação e levou a um resultado expressivo, mas ainda temos poucas indústrias com alto valor agregado”, destaca o gerente, que aposta no crescimento da indústria naval.
O surto de gripe aviária prejudicou a exportação de alguns estados produtores de frango, como Santa Catarina e Paraná. O ano também foi de queda para os produtores de manufaturados, como a Amazônia. Já no setor de agronegócios, a soja apresentou leve queda de preço no início do ano passado.
“Mesmo sem quedas expressivas, os agricultores compraram os insumos necessários para a produção com uma taxa de câmbio alta, que caiu na hora de vender o produto”, destacou Castro.
O Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Ceará, Sergipe e Maranhão, fecharam o ano com déficit. O Mato Grosso do Sul — que até 2005 apresentava superávit —, teve suas exportações prejudicadas pelo embargo internacional a carne bovina brasileira, um de seus principais produtos de exportação.
Para a AEB, a previsão de crescimento nas exportações em 2007 é de 0,5%. “Estaremos pautados pelas commodities novamente. Só com o minério de ferro a previsão é de exportar US$10,3 bilhões. Já os manufaturados devem cair, assim como os derivados de petróleo, o álcool e açúcar”, prevê o vice-presidente da AEB.
Michel Alaby, presidente da Adebim – Associação de Empresas Brasileiras para Integração de Mercados, faz avaliação semelhante. Para ele, a exportação de produtos agroindustriais deve crescer de 12% a 15%, enquanto os manufaturados sofrerão com a competição externa. “O mercado mundial precisará de matéria prima”, avalia o especialista em comércio exterior.



Fonte: Diário do Comércio e Indústria

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