Comércio exterior teve o melhor desempenho da História este ano

Eliane Oliveira elianeo@bsb.oglobo.com.br
BRASÍLIA.

Impulsionado pela elevação dos preços das commodities, de um lado, e pelo dólar barato de outro, o comércio exterior brasileiro bateu mais um recorde no primeiro semestre deste ano. Tanto as exportações acumuladas no período, de US$118,306 bilhões, quanto as importações, de US$105,321 bilhões, foram as mais altas da História, o que resultou em um superávit de US$12,985 bilhões no período.


O saldo acumulado da balança semestral é 64,7% superior ao montante contabilizado no mesmo intervalo do ano passado. Houve acréscimos de 31,6% nas exportações e de 28,5% nas importações. Somente no mês de junho, a diferença entre as vendas e as compras no exterior foi positiva em US$4,430 bilhões.


Nos seis primeiros meses do ano, houve aumentos significativos dos embarques de trigo (287,9%), minério de ferro (91,7%), café (81,1%) e milho em grãos (75,1%). Já as importações de combustíveis e lubrificantes cresceram 39,2% em relação aos seis primeiros meses do ano passado. As compras de bens de consumo subiram 27,4% e as de matérias-primas e intermediários, 24,8%.


Meta de exportações deve ser revista para cima
Segundo o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Alessandro Teixeira, ainda é cedo para saber se as altas cotações das commodities agrícolas e minerais é algo conjuntural ou estrutural. Mesmo reconhecendo a existência de alguma especulação no mercado mundial, Teixeira acredita que o que move os preços desses produtos cotados em bolsas internacionais é o aumento da demanda por esses itens, principalmente dos países asiáticos.


Ele disse que o mais provável é que o governo reveja a meta atual de exportações para 2011, de US$254 bilhões, graças ao bom desempenho das vendas externas. E lembrou que os produtos industrializados, como máquinas e equipamentos, também contribuíram para o aumento das exportações. Quanto às importações, Teixeira afirmou que o ritmo de expansão não é preocupante.


— As importações brasileiras nunca incomodaram o governo. Aqui não é ministério das exportações, mas sim do comércio exterior — afirmou. Como tem se verificado nos últimos meses, os principais destinos das exportações brasileiras no primeiro semestre foram, em ordem decrescente, China, Estados Unidos, Argentina, Países Baixos e Alemanha. Entre os maiores mercados fornecedores, destacaram-se Estados Unidos, China, Argentina, Alemanha e Coreia do Sul.


Coreia do Sul, o quinto mais fornecedor


Mesmo com a exigência de licença não automática nas importações de automóveis desde 13 de maio último, o ingresso de veículos estrangeiros de outros países continuou alto em junho, com um aumento de 32,8% em relação a maio. A taxa de crescimento ante o mesmo mês do ano passado foi de 45,1%. Já as exportações caíram 21,4% frente ao mês anterior, com uma pequena elevação de 4,4% sobre junho de 2010.


A suspensão das licenças não automáticas teve como alvo a Argentina, que tem o Brasil como principal comprador de automóveis. Foi uma resposta a procedimento idêntico do governo argentino para a liberação de cerca de 600 produtos industrializados vindos do Brasil.


Com a medida, o desembaraço das mercadorias pode levar até 60 dias. No entanto, a liberação não chega a demorar dez dias, de acordo com a secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Tatiana Prazeres.


O Brasil tem acordos de preferências com o México e a Argentina no intercâmbio de automóveis, mas continuam sendo importados altos volumes de veículos da China e da Coreia do Sul — este último se tornou o quinto maior fornecedor do mercado brasileiro em termos globais. 

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