História do Café
As ruas do comércio de São Paulo são retratos da evolução urbana, transformações socioeconômicas e hábitos de compra do consumidor. É o que revela a dissertação de mestrado da pesquisadora Ana Maria de Biazzi, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). O estudo analisa as mudanças pelas quais o varejo passou até chegar ao que é hoje.
Ana Maria inicia a pesquisa ainda no final do século XIX, quando o café ditava os parâmetros da economia brasileira. No início, o comércio se desenvolveu na região central, na Rua das Casinhas e Rua das Quitandas, onde morava a população com mais dinheiro. Nesse locais, apareceram as primeiras “vendinhas” que ofereciam tudo de que necessitava uma família da época.
Já na década de 50, o movimento comercial seguiu para a Rua Augusta, seguindo a mudança dos ricos para aquela região. Nos anos 60, o comércio acompanhou a classe alta para a Rua Oscar Freire, nos Jardins, que ainda atende a clientela em lojas amplas e sofisticadas.
Nessa época de plena evolução do comércio de rua, na década de 60, aparece o primeiro shopping brasileiro, o Iguatemi. Esses centros de compras, que viraram um fenômeno no Brasil, começaram voltados para as classes A e B, mas já chegaram aos clientes das C e D.
Novos centros – Diante dos shoppings, o comércio varejista no centro de São Paulo voltou-se para as classes populares. Em meio a essa mudança, que marca o início da decadência do comércio da área central, atualmente em processo de revitalização, aparece uma segunda tendência comercial na cidade: centros de compra de bairros, hoje instalados em todas as regiões. (MT)