Raquel Massote
Incerteza sobre como será a produtividade este ano trava mercado
Na falta de notícias concretas sobre a possibilidade de quebra na safra 2006/2007, o mercado de café tem operado ao sabor das especulações. Esta é a avaliação de alguns operadores, que acreditam que o ajuste de preços tem ocorrido abaixo das expectativas.
Segundo o consultor Humberto Casagrande, da consultoria HC, de Patrocínio (MG), as correções têm sido pequenas se for levado em conta que o veranico ocorrido no mês de janeiro pode ter provocado perdas nas lavouras e que o estoque de passagem será baixo. As más condições climáticas começaram no período pós-florada, em novembro, quando houve um excesso de chuvas e baixas temperaturas.
QUEBRA INDEFINIDA
Alguns especialistas ainda acham prematuro estimar o tamanho da quebra, principalmente porque as precipitações foram regulares em fevereiro.
Segundo o último Boletim da Estação de Avisos Fitossanitários da Fundação Procafé, em Varginha, não foi registrado déficit hídrico no período. Nas lavouras amostradas, na Fazenda Experimental de Varginha, o índice médio de infecção por ferrugem aumentou de 23,5% no mês anterior para 26,9%. Da mesma forma, o índice de infecção por cercóspora foi de 1,5%. Não foi observada infecção por phoma nos talhões amostrados, informou o boletim.
Conforme o gerente do Departamento de Café da Cooperativa de São Sebastião do Paraíso, Marlon Braga Petrus, o giro do mercado está baixo, ainda que a saca esteja sendo vendida por R$ 270. Segundo ele, os pequenos e médios produtores aproveitaram o movimento de pico de preço para realizar operações de Cédulas de Produto Rural (CPRs).