Comercialização da safra ainda segue em ritmo lento

21 de janeiro de 2013 | Sem comentários Análise de Mercado Mercado
Por: Diário do Comércio

21/01/2013 
 

Com cotação em baixa, cafeicultor retém o produto
 
MICHELLE VALVERDE

A desvalorização da saca de café fez com que a comercialização da safra 2012 seguisse em ritmo mais lento que o observado em anos anteriores. De acordo com dados da consultoria Safras & Mercado, em Minas Gerais, até 31 de dezembro, 58% do volume de café produzido haviam sido negociados. O índice é inferior ao registrado em 2011, quando em igual período o comprometimento era de 74% da safra.


Conforme o analista da Safras & Mercado Diogo Metzdorff, diante dos preços mais baixos praticados ao longo de 2012 muitos produtores resolveram segurar a safra à espera de cotações mais elevadas.


Porém, com a crise financeira na Europa e nos Estados Unidos, principais mercados compradores do grão, as indústrias estão buscando apenas o suficiente para atender a demanda, o que manteve os preços abaixo do planejado pelos cafeicultores.


“Ao longo de 2012 a cotação do grão caiu em torno de 30%, o que desagradou o setor produtivo, que vem desde a colheita segurando a produção e colocando no mercado apenas o suficiente para gerar capital e cobrir as despesas”, diz Metzdorff.


De acordo com observação do especialista, em dezembro o ritmo mais lento também foi atribuído às festas de fim de ano e ao período de férias, quando normalmente a demanda pelo grão é menor. A tendência é que a partir de fevereiro a comercialização ganhe ritmo.


De acordo com Safras & Mercado, a produção de café em Minas Gerais no ano passado fechou em 28,3 milhões de sacas e, deste total, cerca de 16,5 milhões de sacas já haviam sido comercializadas até 31 de dezembro.


Demanda – A queda na demanda também interferiu nos resultados das exportações. De acordo com informações fornecidas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), no acumulado de janeiro a dezembro de 2012, frente igual período do ano anterior, a receita bruta gerada pelos embarques do produto recuou 34,05%, ficando em US$ 3,7 bilhões, frente aos US$ 5,8 bilhões faturados anteriormente.


Em relação ao volume, a queda acumulada no período foi de 21,38%, com 953 mil toneladas destinadas às exportações. Na comparação entre dezembro e novembro de 2012, os embarques do café atingiram 100,3 mil toneladas, alta de 4,49%, e faturamento de US$ 353,1 milhões, incremento de 2,6%.


No país, a comercialização da safra de café 2012/13 fechou dezembro com 60% de comprometimento. O ritmo observado no país, assim como em Minas Gerais, também está abaixo do registrado em igual período do ano passado, quando 76% da safra 2011/12 estavam comercializados.


Com isso, já foram comercializadas 33,20 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de Safras & Mercado, de uma safra 2012/13 de café brasileira de 54,9 milhões de sacas.


“A modificação do mercado dependerá principalmente da demanda proveniente da indústria. O que estamos percebendo ao longo das primeiras semanas de janeiro é uma pequena retomada da demanda, o que tem provocado pequenas altas nas cotações do café”, avalia o analista de Safras.


Segundo o levantamento da consultoria, na segunda semana de janeiro foi verificada alta de 4% nos preços pagos pela saca de 60 quilos do café e na terceira, variação positiva de 1%. A saca do produto é negociada em torno de R$ 347,78.


Água: Cooxupé orienta os associados
A Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé) desenvolve constantemente ações práticas e teóricas com o objetivo de levar para seus mais de 11 mil cooperados informações que auxiliam na produtividade e sustentabilidade da lavoura.


No dia 14 passado, a cooperativa reuniu em Alpinópolis (região Central) mais de 100 produtores de café para uma série de palestras sobre a importância do tratamento da água utilizada na lavoura e a maneira correta para a coleta e envio de amostras para análise.


Segundo o engenheiro agrônomo da Cooxupé Alexandre Vieira Costa Monteiro, o evento faz parte do programa Nescafe Plan e contou com palestras com bioquímicos, engenheiros e técnicos agrícolas, que debateram junto aos produtores novas técnicas sobre a utilização da água. “2013 é o Ano Internacional para a Cooperação pela Água e, como orientadores do produtor, nosso papel é trazer o que existe de novo e prático neste sentido”, ressaltou.


Para a engenheira agrônoma de Alpinópolis Denise Andreia de Oliveira, um dos pontos altos do evento foi a apresentação do clorador, aparelho desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que possibilita o tratamento de água residuária com cloro.


“O modelo apresentado no evento custa menos de R$ 30, é feito com tubos e registros de plásticos e montado no cano de chegada da água, o que facilita a aplicação do cloro, pois não há necessidade de subir na caixa de água”, disse, para acrescentar que que o simples fato de tratar a água com cloro elimina todos os micro-organismos existentes, inclusive a bactéria E. coli.


Diante do crescente aumento pela demanda da água, a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2013 como o Ano Internacional para a Cooperação pela Água.
 

Mais Notícias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.