Lessandro Carvalho
A comercialização da safra de café 2008 no cerrado mineiro seguiu muito fraca ao longo do mês de abril. Segundo o presidente do Conselho das Associações de Cafeicultores do Cerrado (Caccer), Francisco Sérgio de Assis, ainda resta 20% da safra 2008 na região a ser comercializada.
Os preços desfavoráveis mantêm fraco o ritmo de negócios. Além disso, os produtores aguardam a definição dos leilões de opção, que pode ocorrer na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) desta quinta-feira. Francisco Sérgio de Assis acredita que as operações de opção poderão ter início em junho.
Quanto às vendas antecipadas da safra 2009, o presidente do Caccer estima que 20% a 25% da safra já foi comprometida via operações de CPR (Cédula de Produto Rural), troca por insumos, vendas a termo e outras negociações para entrega futura.
Safra 2009
A colheita da safra de café 2009 no cerrado mineiro só iniciará efetivamente no mês de junho. Até lá, o volume colhido deverá ser ainda incipiente. “Há muito café verde ainda”, afirma o presidente do Conselho das Associações de Cafeicultores do Cerrado (Caccer), Francisco Sérgio de Assis.
O clima agora está sendo mais favorável, tendo parado as precipitações. Houve intensas chuvas até dez dias atrás no cerrado mineiro, o que é incomum e o que acabou atrapalhando a maturação dos grãos. Assis indica que choveu 250 milímetros em média na região em março.
Entretanto, a safra não deverá sofrer impacto por essas chuvas. Francisco Sérgio de Assis indica que deverá ser confirmada a estimativa da Conab (Companhia Nacional do Abastecimento) para a região em 2009. A Conab apontou a safra em 3,5 a 3,68 milhões de sacas, com queda de 18,8% a 22,8% no comparativo com a safra 2008 (4,534 milhões de sacas).
Como é de praxe, a qualidade da safra no cerrado mineiro deverá ser muito boa, apesar dela ser menor diante do ciclo bienal da cultura, diz o dirigente do Caccer. Os produtores da região estão preocupados com os custos altos nesta safra menor. Menos mal que em cerca de 10 dias devem chegar os financiamentos de colheita aos produtores na região, segundo Francisco de Assis, o que trará alívio aos cafeicultores descapitalizados. Para o presidente do Caccer, estes recursos chegando na primeira semana de maio estarão vindo em uma hora muito boa, antecipadamente à colheita. “Nunca chegou tão na hora esse financiamento”, comentou.