AGRÍCOLA
18/02/2009
Com muita chuva, aumenta risco de erosão
Além disso, estradas rurais também têm sido prejudicadas, dificultando o escoamento da produção
Fábio Marin
– Mais uma semana de tempo chuvoso e com temperatura amena em praticamente todo o Estado de São Paulo. Nesta semana, a precipitação acumulada passou de 50 milímetros na maioria das localidades e há mais de 40 dias este é o padrão observado no Estado, mantendo a umidade próxima da capacidade máxima de armazenamento do solo e sem deficiência hídrica.
O elevado excedente hídrico – volume de água que escoa superficialmente ou é drenado em profundidade – está favorecendo a recarga dos aquíferos, mas prejudicando as estradas rurais. O escoamento superficial da água também provoca a erosão das áreas mais íngremes sem a devida sistematização. Além de causar assoreamento de rios, lagos e represas, a erosão leva a camada mais fértil do solo, causando queda na produtividade e prejuízos aos produtores.
O elevado armazenamento hídrico do solo, entretanto, continua favorecendo as pastagens de todas as regiões, beneficiando pecuaristas e ajudando a reduzir o valor pago pela arroba do boi gordo. O tempo também favorece a germinação das lavouras de milho safrinha já semeadas, mas a chuva constante e o solo encharcado dificultam os trabalhos de campo, o que pode atrasar a semeadura de novas áreas.
HORTALIÇAS E FRUTAS
A chuva constante está prejudicando os produtores de hortaliças e frutas de Suzano e Mogi das Cruzes, seja pela queda de qualidade dos produtos decorrentes da alta umidade do ar, seja pela dificuldade para semear novos canteiros. O tempo também impediu o início da colheita nas lavouras de soja precoce e milho em praticamente todo o Estado.
Os cafeicultores de Franca, Garça e São José do Rio Pardo tiveram dificuldade para realizar os tratamentos fitossanitários para controle da ferrugem. A doença é favorecida pela temperatura amena e umidade elevada – condição instalada há mais de um mês em São Paulo.
Nas parreiras de Vinhedo, Jundiaí e São Miguel Arcanjo, os produtores prosseguem a colheita da uva niagara com dificuldade. Em Jales, a precipitação acumulada na semana foi baixa, mas a chuva constante impediu que os viticultores realizassem as pulverizações nas parreiras para evitar o ataque de fungos.
*Fábio Marin é pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária. Para mais informações sobre tempo e clima, acesse www.agritempo.gov.br