Com baixos preços do café, produtores do ES desativam máquinas para descascar o grão
Café: Com baixos preços do grão, produtores do ES desativam equipamentos adquiridos para descascar o café. Na região de Vargem Alta, saca é negociada a R$ 250,00, valor aquém dos altos custos de produção, especialmente, com a mão de obra. Nesta quinta-feira (11), os cafeicultores irão realizar uma manifestação em Vitória contra o atual cenário da cafeicultura no país.
Os produtores de café arábica da região de Vargem Alta (ES) estão desanimados com os baixos preços da saca do grão. Os cafeicultores que iniciaram a colheita na semana passada, já relatam perdas na produtividade das lavouras em função das recentes chuvas.
De acordo com o produtor rural do município, Amarildo José Sartóri, com as precipitações parte dos grãos caíram no chão. Além disso, as cotações do café estão aquém dos custos de produção, encarecido, especialmente pelos custos com a mão-de-obra. Atualmente, a saca do café é negociada entre R$ 240,00 e R$ 250,00 na região, no ano anterior o produto era comercializado a R$ 450,00.
“Não temos como cobrir os custos, alguns produtores nem irão colher esse grão que caiu no chão. A maioria dos produtores fez altos investimentos em equipamentos para descascar o grão, mas agora estão desativados, pois os valores não compensam os gastos para poder fazer o café cereja descascado”, afirma o produtor.
Os produtores já estão diminuindo as lavouras e apenas os apaixonados pela atividade estão tentando renovar as lavouras, conforme destaca o cafeicultor. A situação do setor atinge, principalmente, os pequenos produtores. “Os grandes produtores que conseguem obter R$ 10,00 de lucro por saca e colhem uma grande produção se mantém na atividade, mas o pequeno com a mesma margem está fora da atividade, não conseguem sustentar a própria família”, relata Sartóri.
Frente a esse cenário, os cafeicultores do estado irão realizar uma manifestação nesta quinta-feira (11), em Vitória, capital do estado. Os produtores pretendem mostrar a real situação do setor, que amarga baixos preços e altos custos de produção e tentar conseguir políticas públicas por parte do Governo.
“Hoje estamos abandonados pelas políticas governamentais e não tem ninguém que olhe por nós. Com esses preços, os cafeicultores não conseguem fazer os tratos culturais que a atividade merece consequentemente a produção do ano que vem que seria cheia, será prejudicada”, explica o produtor rural.