27/08/2014
Vaivém das commodities :: Mauro Zafalon
Colômbia volta com força ao cenário internacional de café
A Colômbia está de volta ao mercado externo de café. Após um período de renovação dos cafezais, quando a oferta teve forte recuo, o país eleva a produção e aumenta a área de cultivo.
Esse período de renovação permitiu ao Brasil uma participação maior no mercado mundial, atingindo recordes de exportações.
A força renovada da Colômbia na produção pode ser vista nos dados de julho, quando o país produziu 1,24 milhão de sacas de café. É o maior volume para esse mês nos últimos 16 anos. Em julho de 2011, a produção dos colombianos se limitou a 530 mil sacas.
O maior volume produzido permitiu também uma elevação das exportações colombianas, que, em junho, foram de 800 mil sacas. Há três anos, com a escassez da produção, as exportações nesse mesmo mês eram inferiores a 500 mil sacas, conforme dados da federação nacional dos produtores.
A recuperação da produção é evidente nos números acumulados de agosto de 2013 a julho deste ano, quando o país colheu 11,7 milhões de sacas, o maior volume nas últimas cinco safras para esse período.
A renovação dos cafezais e problemas climáticos associados fizeram com que a safra colombiana recuasse para até 7 milhões de sacas no período de agosto de 2009 a julho de 2010, após ter atingido 13 milhões em 2007/08.
Devido a doenças e cafezais pouco produtivos, o governo incentivou a renovação das lavouras em busca de recuperação da produtividade.
O resultado é que o país volta a ganhar boa participação no mercado externo, ao exportar 10,6 milhões de sacas de julho de 2013 a junho deste ano. Esse volume supera em 51% os 7 milhões de sacas dos mesmos meses de 2011 a 2012.
Apesar do aumento atual de exportações, a Colômbia ainda não retomou os melhores momentos de vendas externas obtidas de julho de 2006 a junho de 2007, quando o país havia exportado 12 milhões de sacas.
Essa recuperação de produção interna e de maior participação no mercado externo pela Colômbia vem não apenas da renovação dos cafezais mas da ampliação de área cultivada.
Os colombianos chegaram em 2013 a uma área próxima de 1 milhão de hectares, 11% mais do que há cinco anos.
BRASIL
A redução de ritmo de produção e de exportação da Colômbia –o segundo maior produtor de café arábica– permitiu ao Brasil –o líder mundial– ampliar participação no mercado externo.
As exportações brasileiras atingiram 33,5 milhões de sacas em 2011. Nesse mesmo período, as receitas somaram US$ 8,7 bilhões.
A produção brasileira deste ano será de 44,6 milhões de sacas, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Dessas, 32,2 milhões serão de café arábica, e 12,3 milhões, de conilon.
A cafeicultura brasileira ocupa 2,27 milhões de hectares, sendo que 15% dessa área ainda está em formação.
café
+5,66%
Ontem, em Nova York
ESTANHO
-1,49%
Ontem, em Londres
Emprego Estudo do pesquisador Carlos Eduardo Fredo, do IEA (Instituto de Economia Agrícola), aponta que o mercado de trabalho no setor sucroalcooleiro vem sendo afetado por dois problemas.
Crise Um deles é conjuntural, motivado pela crise econômica no setor. O outro é estrutural e ocorre devido à mecanização na colheita.
Onde é maior Fredo aponta que as contratações não agrícolas tiveram uma participação de 36,4% nas admissões do primeiro semestre de 2014. Era de 31,2% em 2013.
Queda Mesmo assim, as contratações não agrícolas caíram 12%. Na atividade agrícola, a queda foi bem maior, atingindo 30% no período, segundo o pesquisador.