Chega a ser deprimente o panorama que se pode observar hoje nos hectares destinados ao cultivo de café e à produção pecuária em Huila, na Colômbia. Ainda que o Governo desse Departamento não tenha entregue um balanço oficial do impacto do fenômeno do El Niño na agricultura e na pecuária, representantes desses setores advertem que, sem dúvida, as afecções são muito graves, não somente ambientais, mas também econômicas, pois os pequenos produtores são os mais afetados.
O norte de Huila tem levado a pior parte do efeito climático que se apresenta em todo o país, o que se espera que dure até o mês de março do próximo ano. No entanto, os agricultores do Departamento estão esperançosos de que outubro não seja outro mês de seca, pois os custos para manter suas terras ótimas seguem aumentando.
O Comitê Departamental de Cafeicultores vem trabalhando com o Serviço de Extensão, construindo um documento onde se possam estabelecer pontualmente as afecções com o fim de projetar estratégias que ajude a mitigar o impacto, explicou o vice-presidente do Comitê, Álvaro Espitia.
No entanto, o produtor de café da vereda La Troja, no município de Baraya, Calixto Villaneda, disse que “em representação do grupo associativo El Nogal, fomos muito afetados pelo verão e os cafés têm uma perda que cada vez nos preocupa mais”.
Ele disse que a organização é formada por 22 famílias cafeeiras e que, até o momento, as perdas foram de cerca de 50%. “A produção tem sido melhor, mas a qualidade e o valor econômico foram totalmente perdidos. As entidades não têm feito nada; nem o Governo, nem o Comitê, mas estamos esperando que tomem uma medida para enfrentar esse panorama. Não queremos perder o pouco que temos”.
“Queremos que a Federação Nacional de Cafeicultores tome parte do que está acontecendo, porque com a obrigação de subir os custos, também aumentam as dívidas que temos com os bancos, e é isso que não sabemos como poderemos solucionar”.
De outro lado, o cafeicultor do município de Santa María, Ricardo López, foi mais preciso frente às novas dificuldades que os cafeicultores enfrentam com o fenômeno. “Os custos dos insumos para a cafeicultura já dispararam em quase 30% pela alta do dólar e agora os pequenos cafeicultores, como eu, estamos tendo que fazer investimentos em sistemas de irrigação, para que a colheita não seque”, disse López, que já teve que demitir vários funcionários de sua fazenda devido à situação que enfrenta. Ele disse que sua fazenda, que tem sete hectares de café, já está com 45% afetada pela seca.
As informações são do La Nación / Tradução por Juliana Santin