Colômbia está preocupada com custos sociais do café

A Federação de Cafeicultores da Colômbia enviou carta ao Banco da República daquele país ressaltando as dificuldades dos produtores de café, no que diz respeito à desvalorização do dólar.


De acordo com Gabriel Silva, gerente geral da Federação, “a atual situação cambial tem sido somada a um incremento acelerado de alguns custos de produção, como os fertilizantes, que em seu conjunto aumentou entre 50 e 70%, nos últimos 12 meses. O custo da mão de obra também aumentou mais que proporcionalmente, especialmente em algumas zonas do país nas quais os custos de colheita tiveram incremento de mais de 50%”.


Destaque interessante também foi dado, nesta carta, ao custo social que será gerado caso não sejam tomadas medidas políticas para reverter esse quadro. Segundo Silva, “há que ressaltar, que diferentemente de outros setores exportadores que enfrentam os mesmos problemas, no setor cafeeiro não vamos observar grandes quebras nem falências de empresas. O setor cafeeiro, por sua estrutura, ajusta-se mais silenciosamente, mas com um custo social muito mais grave, por meio da redução dos ingressos de 500 mil famílias cafeicultoras que sub-existem graças a este cultivo, com consequente migração para as cidades e a destruição da principal rede social do campo colombiano. Não em vão a Comissão de Ajuste da Institucionalidade Cafeeira, definiu a cafeicultura como um capital social estratégico para o país”.


A Federação tem realizado, de acordo com Silva, todos os ajustes possíveis e utilizado todos os instrumentos disponíveis, mas a atual conjuntura está pondo em risco a viabilidade de um setor crucial para o funcionamento econômico, social e político do país.


Rodrigo Cascalles, equipe CaféPoint

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