A Colômbia, que já foi superada pela Indonésia no ranking dos maiores exportadores de café do mundo, vê uma recuperação de sua produção do grão, mas espera uma colheita fraca por causa do inverno do final de 2010.
Apesar da recuperação na produção e nas exportações de café da Colômbia, além da média de preços internacionais acima de US$ 3 pela primeira vez desde 1997, a possibilidade de que o país volte a ser o terceiro maior produtor do mundo está difícil esse ano. Os US$ 3,01 por libra registrados pela Organização Internacional de Café, de Nova York e Hamburgo, mostram “uma visão ampla do mercado cafeeiro do mundo. É o preço do dia, o real e o que hoje está sobre a mesa”, disse o brasileiro José Sette, da OIC. Essas altas nos preços permitirão melhorar a receita dos cafeicultores colombianos no começo do ano, mas se prevê que logo voltará a escassez.
O país, que era o segundo exportador mundial há vários anos, perdeu essa posição para o Vietnã e, com as más colheitas, como as 8,9 milhões de sacas do ano passado, quando se previam 11 milhões, perdeu também o terceiro posto para a Indonésia.
Apesar disso, a Colômbia ainda tem boas notícias, considerando que, além do alto preço internacional, o verão registrado no país entre janeiro e fevereiro leva à previsão de uma boa colheita no final do ano. No entanto, os efeitos do inverno de novembro e dezembro serão notados na colheita “mitaca” (metade do ano). “Já se perdeu, pois o verão que necessitamos entre agosto e setembro passado não ocorreu”, disse o presidente do Comitê de Cafeicultores de Antioquia, José Sierra.
Essa perspectiva leva à expectativa de uma relativa escassez de café suave colombiano no mercado mundial, apesar da recuperação de janeiro. Nesse mês, a produção e as exportações de café foram de 908.000 e 815.000 sacas de 60 quilos, respectivamente, em franca recuperação com relação ao mesmo mês do ano anterior.
Um dos exportadores, Alejandro Cadena, da Virmax, considerou que o dado do preço registrado é “preocupante”, referindo-se ao valor real do café, já que o preço premium pago pelas torrefadoras baixou de 40 para 10 centavos de dólar por libra nos últimos seis meses.
Vale a pena destacar que não somente os cafés suaves colombianos subiram; também o café do tipo robusta apresentou aumentos: somente em fevereiro, subiu de 106 para 115 centavos de dólar por libra.
Entre os responsáveis pelas altas estão o clima e a especulação dos operadores do mercado nas bolsas. É reconhecido o alto impacto do inverno na cafeicultura colombiana (alta infestação de ferrugem) e na América Central, caindo os dados de produção e exportações.
FONTE: Portafolio.com.co adaptado pelo CaféPoint